| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
Atento observador da actualidade nacional e internacional do seu tempo, desde muito jovem - veja-se a sua colaboração na República, 1870 e na Revista Ocidental, em 1875 - Oliveira Martins viria a aprofundar a sua prática de redactor da imprensa periódica com a fundação d'A Província (1885-1887) no Porto, e depois, já em Lisboa, O Repórter (1888). Para além destas experiências profissionais tão diversas, convicto da necessidade de reformar profundamente a vida política nacional, aderiu ao Partido Progressista (1885), partido em que dinamizaria a facção da chamada Vida Nova, em apoio a Anselmo Braamcamp, que muito admirava (vd. Política e economia nacional, 1885). Oliveira Martins foi um dos mais coerentes e profundos críticos da política de Fontes Pereira de Melo. Via nele a personificação de uma “oligarquia burocrática” desligada do país real, e cujas práticas políticas de clientelismo e caciquismo teriam, a seu ver, favorecido o republicanismo (A Província, III, 428-432). Aquando da sua morte, não deixou todavia de reconhecer qualidades de carácter ao líder do Partido Regenerador. No plano político, não deixa de ser sintomático o modo tão díspar como a sua intervenção na sociedade portuguesa foi julgada pelos seus contemporâneos. É um facto que aceitou o apoio de regeneradores numa candidatura independente a deputado (1878). Tal como aceitaria ser candidato oficial pelo Partido dos Operários Socialistas de Portugal às eleições de 1879. E são conhecidas as suas intenções reformadoras quando aderiu ao Partido Progressista (1885). Foi eleito deputado (sucessivamente, de 1886 a 1894) e, em 1892, nomeado Ministro da Fazenda no ministério de José Dias Ferreira. Desempenharia este cargo apenas por quatro meses, devido a divergências com o chefe do governo, que lhe retirou o apoio. Percurso muito criticado na época, especialmente pelos republicanos, deve contudo compreender-se tendo em conta a apreciação que Oliveira Martins fazia da vida política nacional e das suas insuficiências no ponto de vista da relação entre a elite política e a sociedade civil, sem perder de vista o quadro do seu projeto reformista, independente e suprapartidário, que subalternizava questão formal do regime (atitude que partilhava com Antero de Quental). |
|||||||||||||