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1. 1867-1878: estreia, em múltiplos géneros (romance histórico, drama, crónica, crítica literária, artística, social e política); é uma fase sincrética de experimentação de ideias e primeiros tentâmes críticos no campo de um jornalismo de ideias- em qualquer destes géneros já convoca a história; ensaio de temática histórica (1872 e 1878); crítica social e política; textos de doutrina e reflexão sobre o socialismo (1872-73); crónica de atualidade, de incidência diversa (Revista Ocidental, 1875); desenvolve-se e alarga-se, em termos de problemática, a anterior experimentação, centrando-se agora em três grandes áreas, a história e o pensamento social e político e os estudos sobre finanças. Inicialmente foi muito marcado pela leitura de obras Proudhon e Hegel. De apologista de uma república social e federalista, na sequência do malogro da República em Espanha, logo passa a crítico sagaz do republicanismo (1873-74) e teórico do socialismo catedrático. 2.1879-1885: publicação da Biblioteca das Ciências Sociais, de temática muito variada, em que à aprendizagem do seu autor corresponde, a apresentação pública dos resultados dessa autoformação. Note-se que essa divulgação pública foi por vezes amadurecida durante anos (caso da História da Civilização Ibérica e de Portugal Contemporâneo). Foi assim definindo um vasto projeto de divulgação cultural e científica, revisto sucessivamente, voltado para um público não erudito de classe média, com destaque para a elite que se formara nos liceus. Centrada na perspectiva histórica, a BCS alargou-se a outras perspectivas, da geografia e da economia à política, antropologia, sociologia e psicologia coletiva, no que se revelou profundamente inovadora, como notou Albert Silbert em 1971. Aprofunda-se e estrutura-se a sua original visão da história de Portugal, a contra-corrente do historicismo nacionalista dominante na cultura portuguesa oitocentista. E não por acaso, ao invés do que tinha previsto inicialmente, a publicação desta série iniciou-se com quatro volumes dedicados à “civilização peninsular” – o que logo indicia o modo integrado como via a experiência histórica portuguesa em estreita relação com a da restante Espanha, já no primeiro volume dado à luz, a História da Civilização Ibérica de 1879, seguido, no mesmo ano da História de Portugal e nos anos seguintes do Portugal Contemporâneo e d’O Brasil e as colónias portuguesas (1881). Obras controversas, logo recenseadas e discutidas publicamente com os seus críticos (vd. “A História de Portugal e os críticos” [1880], História de Portugal, 215-226). |
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