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A EQUIPA
CONTACTO
A adesão ao socialismo catedrático, a crítica ao modo de representação eleitoral em vigor e ao carácter oligárquico do sistema parlamentar levou-o a propor, ainda em 1879, um modelo organicista de representação política, alternativo ao statu quo que, a seu ver, incentivava o caciquismo e o clientelismo (As eleições, 1879; vd. Fernando Catroga, “O problema político…” 1981). As suas sugestões de ditadura extraordinária e de reforço do poder de estado (já presentes nas “Explicações” à 2ª ed. do Portugal Contemporâneo, em 1883), a aproximação ao jovem rei D.Carlos e a inspiração cesarista não resultaram como poderia ter desejado quando se acentuou a crise financeira e política nos anos de 1890-92.
Certo é que a acção política de Martins nem sempre esteve em sintonia com a leitura crítica que construiu do passado nacional. Assim, uma leitura superficial da História de Portugal e do Portugal Contemporâneo pôde fornecer argumentos fáceis para ataque à monarquia constitucional, em especial à dinastia de Bragança e ao parlamentarismo liberal. E assim sucedeu, quer por parte dos republicanos, quer, mais tarde, por parte dos Integralistas Lusitanos - estes últimos rejeitando, por outro lado, o tom melancólico, céptico e de uma vaga descrença no futuro que pairava sobretudo no Portugal Contemporâneo. Mas a complexidade das suas obras sempre resiste a leituras imediatistas comandadas por quaisquer agendas políticas.
A desilusão com a vida política portuguesa levá-lo-ia em 1891 a passar larga temporada em Inglaterra (de que resultaria esse olhar crítico sobre a sociedade inglesa A Inglaterra hoje, 1891) e a aprofundar o projecto que iniciara em 1889 com Os filhos de D.João I: uma série de biografias históricas de grandes figuras do passado nacional, centrando-se na dinastia de Avis. Era afinal outro modo de intervir num tempo presente que via com profundo cepticismo e de evocar um passado em que a nação tivera à sua frente uma pequena elite ilustrada cuja acção acabaria por ter um alcance universal. Pode sumarizar-se o percurso intelectual de Oliveira Martins nos seguintes tempos:
