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Nasce na então freguesia de Castedo, concelho de Alijó, distrito de Vila Real. Esta é uma freguesia de pequena dimensão, tendo como principal actividade económica a agricultura, sobretudo a produção de vinho do Porto (Dicionário Enciclopédico das Freguesias, vol.3, [1998], pp.437-438). Segundo informação da junta de freguesia, os seus pais – Joaquim Lopes Praça e Lucrécia Lopes – foram agricultores, possivelmente com alguma capacidade financeira. Podemos hoje encontrar uma placa na casa onde nasceu identificando-o como “historiador da filosofia e jurista” e a toponímia revela-nos a presença da família na terra, como se pode ver pelo largo capitão Lopes Praça adjacente à antiga escola de Castedo do Douro. É por vontade do pai destinado à vida eclesiástica, começa por estudar no seminário de Braga antes de ingressar na Universidade de Coimbra em 1863. Estuda primeiramente teologia e direito, optando por estudar apenas direito a partir do 4º ano ao que parece por incompatibilidade horário, demonstrando portanto maior interesse por uma área de estudos onde se desenrolavam grandes debates. Assistimos por estes anos a uma efervescência académica na Universidade de Coimbra, traduzindo-se esta pela contestação dos cânones estabelecidos, na procura por novas formas de expressão artística, por renovadas inspirações filosóficas e políticas, assim como um maior diálogo e abertura a outras realidades culturais. Na carta autobiográfica de Antero de Quental (tal como Lopes Praça estudante de direito em Coimbra) a Wilhelm Storck transparece bem esse ambiente. Assim como o facto de um dos principais focos de inspiração destes académicos provir de pensadores germânicos ou associados a esse universo cultural. Por seu lado, Eça de Queiroz, também estudante de direito nessa altura, nas suas Prosas Bárbaras (1866-1867), sugere que Alemanha seria capaz de nos dar o “iluminismo” que precisamos pois estaria “cheia de idealismo”, por oposição à Itália que se regia pela paixão (leia-se: representante das nações latinas). Queiroz apela à fusão destes dois caracteres, através de uma aproximação que permita o “estender a mão de irmão” de Portugal à Alemanha. |
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