| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
PRAÇA, José Joaquim Lopes | |||||||||||||
Critica ainda as pretensões dos socialistas mas concorda com os males que estes apontam. Não é republicano, mas aceita essa forma de governo como uma boa solução em outras situações que não o caso português, ataca contudo os absolutistas e deixa críticas veladas aos vacilantes entre o antigo regime e o constitucionalismo liberal, como no caso de Chateaubriand. A matriz pedagógica é algo transversal a quase todas as suas obras, como divulgador de ideias que ecoavam pela Europa. Vai-se fazer valer de conceitos-chave como nação, pátria, democracia e cidadão. Logo no seu primeiro livro sente a necessidade de definir o que era para si “o povo”, empregando o vocábulo “indivíduo colectivo” e a ideia de uma “consciência”, “razão”, “sentimento” e “vontade” colectiva como pontos de passagem que requerem um desenvolvimento próprio até à sua plena realização, dando-lhe contornos antropológicos ou de uma passagem da juventude para a maioridade. A História da Filosofia em Portugal vai ter uma organização que procura primeiro captar as reflexões filosóficas de figuras relevantes em contexto português, inserindo depois as linhas de força desse pensamento filosófico a nível das instituições (escolas, universidades), dando-nos por fim o panorama geral do pensar filosófico na Europa, dividindo esses momentos respetivamente em três secções. Essa estrutura é depois aplicada a três partes ou períodos históricos que o autor seleciona: uma parte vai desde o séc. XI a 1521, outra desta última data até 1706 e para finalizar de 1706 a 1846. A sua ideia acerca da constituição da filosofia enquanto sistema vai estar nessa obra próxima aos delineamentos de Victor Cousin. Ao criticar a filosofia ecléctica deste não sai no entanto dos eixos centrais da mesma, pelo que é de supor que esta tenha sido uma das bases de leitura sobre a filosofia europeia (sobretudo a mais tardia). São de notar também os rasgados elogios a Kant apesar da obscuridade que lhe aponta, do qual progressivamente se vai afastando em favor de Krause. Procura fazer um apanhado das escolas e tendências filosóficas modernas na Europa, agrupando-as por países, ocupando a escola alemã o dobro do espaço das outras duas (francesa e escocesa). |
|||||||||||||