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PRAÇA, José Joaquim Lopes | |||||||||||||
Critica por um lado a irreligiosidade dos franceses, que segundo ele trouxeram dano “à causa da nação francesa”, mas elogia por outro lado os contributos da filosofia escocesa contra os abusos especulativos da metafísica, em boa medida associada à religião. A marca da filosofia alemã é notada por Pinharanda Gomes, filósofo português que maior interesse teve pela sua obra. Segundo este, o contacto com Krause chega por via francófona através de Ahrens e Tiberghien, assim como pela mão de Vicente Ferrer Neto Paiva (Dicionário dos mais ilustres..., 2001, pp.291-292), defensor do jusnaturalismo de influência krausista com fortes elementos organicistas, por oposição a Rodrigues de Brito que defendia um direito subjectivo próximo de Kant, de acordo com um imperativo moral e nesse sentido mais formal. Apesar das marcas de Kant na sua primeira obra, Lopes Praça vai-se inclinar para o espiritualismo Krausista, mais conforme às suas crenças católicas, onde Vicente Ferrer terá tido o seu contributo. O que será valorizado do seu pensamento filosófico e que é propício a todo o ambiente que se gera à volta da “filosofia portuguesa” no século XX, despertando o interesse de por exemplo Pinharanda Gomes, é o estudo que Lopes Praça faz da filosofia portuguesa desde os primórdios da filosofia medieval e dos conimbricenses, até aos tempos das revoluções liberais. Após terminar os seus estudos em 1869 com uma tese sobre o padroado português, procura seguir a carreira professoral na Universidade de Coimbra logo num concurso em 1870, esse desejo é no entanto sucessivamente adiado. De concurso em concurso vai procurando um lugar na academia, informando-se por exemplo com Teófilo Braga sobre vagas abertas nas universidades portuguesas, até que em 1881 é aceite como lente substituto em Coimbra. Começa por leccionar Direito Civil Português em 1882 tornando-se lente efectivo dessa mesma cadeira de 1888 até 1903, vindo depois ainda a ser lente de Princípios Gerais de Direito Civil (1904-1905) e de Direito Civil (1904-1906) (Memoria Professorum Universitatis Conimbrigensis, 1992, p.167). Assistimos nesses anos ao despontar da longa crise económica portuguesa, que irá abalar os finais da década de 80 e culminar com a bancarrota de 1891-1893. |
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