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Data desse período a sua aproximação com o governo Vargas. Em 1937 foi nomeado membro do Conselho Federal de Comércio Exterior (CFCE), órgão diretamente ligado à Presidência da República e incumbido de estabelecer a política econômica do Governo. Tal movimento não foi livre de impasses. À medida que se aproximava do aparelho estatal, Simonsen perdeu o apoio de alguns pares industriais, como se observou no protesto que ocasionou o desligamento de quase 300 empresas da FIESP em razão da sua reeleição para presidente da entidade em 1938. Já no Estado Novo, ingressou no Conselho Econômico do Estado de São Paulo. Em 1942 foi nomeado para o Conselho Consultivo da Coordenação da Mobilização Econômica (CME), responsável pela organização da economia de guerra. Nesse ano, participou ainda na Comissão de Imposto Sindical, ligada ao Ministério do Trabalho. Em 1944, Simonsen tornou-se membro do Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial (CNPIC), em cujo âmbito integrou a comissão responsável pela elaboração de um trabalho sobre os princípios que deveriam orientar o desenvolvimento comercial e industrial do Brasil. Tal documento propunha uma maior planificação da economia brasileira. Dessa inciativa originou-se o conhecido debate entre Simonsen e o economista liberal Eugênio Gudin, que fazia parte da recém-criada Comissão de Planejamento do Conselho de Segurança Nacional e ficou responsável por avaliar o tal relatório, rejeitando as propostas intervencionistas e planificadoras daquele. Autor de uma obra esparsa e diluída entre discursos, produções técnicas e publicações em diferentes suportes, Simonsen construiu a sua trajetória intelectual associando-se a temas como o papel do Estado na economia, a defesa da industrialização como estratégia de superação do atraso e o lugar do planejamento estatal e de medidas protecionistas para o desenvolvimento econômico. Diferentemente de boa parte das leituras econômicas em voga na época, Simonsen privilegiou a interpretação histórica como chave de inteligibilidade dos problemas contemporâneos. A análise histórica como parte da argumentação econômica é uma das características dos seus escritos, já presente em As crises no Brasil, livro publicado em 1930, em que procura avaliar os impactos da crise de 1929 na economia brasileira. Nessa obra, Simonsen percebe que a crise brasileira resultava da comunhão de fatores externos com a falta de organização produtiva e administrativa interna, apontando uma interdependência entre a direção dos negócios públicos e o curso da economia privada. Esse livro pode ser considerado representativo da passagem entre uma perspectiva focada no tema da organização produtiva, já presente na sua produção desde os anos de 1910, para uma abordagem mais histórico-estrutural da economia brasileira, que se converteria na marca dos seus escritos nos anos de 1930. |
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