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Do ponto de vista conceptual e de um plano historiográfico, o Ensaio… reflecte sobre as “causas remotas”, tomando em consideração a “tendência do século”, e a consequente “prosperidade ou decadência dos povos”. Concomitantemente, o autor adoptou a divisão por épocas dinásticas, a que mais vulgarmente era usada pelos historiadores strictu sensu, em detrimento da separação do texto por reinados. Esta opção não foi original, inclusive foi acompanhada pelo autor anónimo de Períodos da história portuguesa e moderna (Porto, 1841-42). Com o Ensaio…, solidificou-se o discurso produzido sobre a consciência nacional. Combalida a legitimidade fundada na tradição, configurou-se agora em razão e em vontade. Com efeito, o ideário historiográfico de inícios do século XIX empregava o seu esforço narrativo na legitimação da independência nacional, explicando-a na figura e nas acções de D. Afonso Henriques, ligado à Batalha de Ourique, às Cortes de Lamego, e à Lei Fundamental, provas cruciais na argumentação da Restauração seiscentista. |
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