Arquivos do Centro Cultural Português, Paris, França (1969-2005)
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É de assinalar o grande espaço e o elevado número de artigos votados às recensões críticas de obras portuguesas, na sua grande maioria levadas a cabo por autores franceses e portugueses, embora ao longo dos anos se comece a notar um predomínio dos primeiros.
Contudo, com o passar dos anos, esta publicação apresentou modificações. No final da década de sessenta, quando o Bulletin des Etudes Portugaises e os Arquivos do Centro Cultural Português eram simultaneamente publicados, ambos visando uma aproximação cultural luso-francesa, o primeiro apresentava já uma periodicidade anual. Na verdade, nesta época, o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian fazia parte, a par com o presidente do Instituto de Alta Cultura, do director da Diréccion Géneral des Affaires Culturelles et Téchniques e do reitor da Universidade de Toulouse, do Comité de Patronage do Bulletin des Etudes Portugaises. É inegável a existência de um paralelismo entre estas duas publicações. É um paralelismo que se observa nos autores, essencialmente franceses, que partilham a sua colaboração entre as duas revistas, mas também na própria organização das mesmas. No final da década de sessenta, o Bulletin apresentava três secções, que também podíamos encontrar nos Arquivos: Etudes, Chronique des Livres (dedicada a recensões críticas) e Collóques et Congrés. Contudo, na década de setenta, tal como nos Arquivos, foram-se adicionando outras secções, com uma referente a homenagens, intitulada Hommages et Mélanges.
Ao longo dos vários números, a revista apresenta ilustrações, muitas vezes coloridas, e fotografias. Contudo, com o decorrer dos anos nota-se uma perda de preponderância da imagem no grafismo. Apesar de se tratar de uma revista de periodicidade anual, em alguns anos específicos observou-se a edição de dois exemplares relativos quer a números comemorativos, quer à publicação de índices. A publicação seria composta por 32 volumes, divididos em 6 séries. A 1ª série compreendia os volumes I a V (1969-1972), a 2ª série os volumes VII a XI (1973-1977), a 3ª série abrangia os volumes XIII a XVII (1978-1982), a 4ª série os volumes XIX a XXIII (1983-1987), a 6ª série continha os volumes XXV a XXIX (1988-1991), a 7ª série os volumes XXXI e XXXII (1992-1993). Estranhamente, não existe uma 5ª série, passando-se imediatamente da 4ª série para a 6ª série. Quanto à tiragem, sabe-se apenas que durante a 1ª série, terá sido de entre 800 e 850 exemplares.