Arquivos do Centro Cultural Português, Paris, França (1969-2005)
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A publicação iniciar-se-ia com uma média de 600 a 800 páginas, aumentando nos anos seguintes a sua envergadura atingindo, em 1982, mais de 1000 páginas e, em 1987, um número superior a 1100.
Inicialmente, os Arquivos eram constituídos por três partes distintas, que constituíam a sua organização-chave. Uma primeira parte, de conteúdo doutrinal, reunia artigos de fundo dos colaboradores, da autoria de mestres universitários, tomando o título de «Parte Doutrinal». Uma segunda parte, de carácter informativo e divulgador, era denominada «Vária», reunindo notas e documentos de comprovado interesse histórico. Por último, observava-se uma parte bibliográfica dedicada a recensões críticas de obras publicadas em Portugal e no estrangeiro com interesse para a história da cultura portuguesa. Outra importante secção, que se manteve inalterada ao longo dos anos, localizada na porção final de cada volume, era intitulada «Actividades do Centro Cultural Português» e reunia o resumo das actividades do Centro em cada ano (concertos, exposições, conferências, publicações e até o movimento da biblioteca).
Até 1971, a «Parte Doutrinal» teve um peso mais significativo, perdendo posteriormente a preponderância até 1984. Durante este período, que concerne à direcção de José de Pina Martins, a «Vária» obteria um maior peso no que era relativo ao número de artigos publicados. No ano de 1983, a partir do qual se daria uma viragem, esta secção reunia o dobro do número de artigos patentes na Parte Doutrinal, o que sugeria uma maior importância dada a artigos de carácter informativo do que propriamente investigacional, ao contrário do que fora objectivado no início da publicação. Contudo, a partir de 1984, os estudos doutrinais ganhariam novo fôlego, ultrapassando a secção informativa, regressando-se ao formato original de 1969, que se manteria até 1993. Em 1985, no volume XXI, seria inaugurada uma nova secção, «Homenagens e Comemorações», que passaria a constituir a porção inicial da publicação, reunindo textos laudatórios a personagens, factos e efemérides essencialmente da cultura portuguesa. Esta secção não se observaria em todos os números subsequentes, registando-se pontualmente, quando a ocasião o permitia. No que era relativo à secção das recensões críticas podemos observar, ao longo do tempo, uma inconsistente fluidez. Nos dois primeiros anos da publicação registou-se um elevado número de recensões, que não mais voltaria a ser atingido. A partir do III volume, observamos um declínio desta secção, chegando pontualmente a desaparecer em anos como 1975, 1980, 1981, sendo extinta a partir de 1990.