De entre o seu vastíssimo conteúdo, incluíam-se os boletins do Instituto de Coimbra (extractos de actas e deliberações da Assembleia Geral, da Direcção e das Classes, etc.), mas, fundamentalmente, os artigos especializados em Ciências, Artes e Literatura da lavra dos sócios e colaboradores externos nacionais e estrangeiros. Evidentemente, o alcance d’O Instituto pretendia atingir os meios universitários e científicos como público-alvo preferenciais, mas considerava-se um veículo de divulgação e intercâmbio de conhecimentos inter pares, uma ferramenta ao serviço dos debates literário-científicos em voga. Evitaria, quanto possível, contendas e polémicas, embora sem omitir o interesse pelas causas sociais e os problemas políticos conjunturais, declarando-se «estranho à política».
Desde o princípio, o Instituto de Coimbra empreendeu diligências em prol da divulgação cultural e científica, procurando fomentar a criação de uma opinião pública mais elucidada e conexa com um modelo liberal de cidadania. Aliás, nesse sentido, promoveu os chamados “Cursos de Leitura”, ciclos de lições e cursos livres no âmbito de cada classe do Instituto, acompanhadas de debates, destinados a um público diversificado, além do restrito meio universitário.
Apresentou-se aos leitores defendendo a sua convicção na instrução popular ao evocar as glórias do progresso da Ciência e da Literatura, tão sui generis em todo o século XIX, ilustrando, em termos programáticos, essa orientação genérica: “As felizes tendências do século não toleram que a ciência se cubra com os véus do mistério. Se Deus permite ao sábio descobrir as leis da natureza, físicas, morais e sociais não é para fomentar seu orgulho, mas por interesse da Humanidade. A aristocracia da ciência não é tolerável, senão quando se exerce no bem público e na geral ilustração. Hoje, o homem que não pode seguir os cursos públicos, aquele que se vê forçado a votar toda a existência às fadigas corporais, o humilde artífice, o laborioso operário, também querem saber.