E a razão, a experiência, o estado social, a natureza das instituições e dos governos e as urgentes necessidades gerais da esfera política, justificam este desejo: mais ainda, ordenam imperiosamente que se satisfaça. Ao jornal científico e literário cabe uma parte, e não pequena, desta nobre missão. Por ele se comunicam em linguagem fácil, despidas do aparato das escolas, as noções fundamentais de todas as ciências aos que não podem profundamente cultivá-las” (Adrião P. Forjaz, «Introdução», O Instituto, n.º 1, 15 Março 1852, p. 2).
Refira-se que O Instituto foi um repositório de informações alusivas à Universidade de Coimbra, um ‘perfeito reflexo’ das suas dinâmicas, onde se podem encontrar notas sobre os currículos escolares e disciplinares, os dados biográficos e profissionais de alunos e docentes, os prémios e as distinções académicas, sem esquecer as reformas sempre necessárias. Progressivamente, este periódico transformou-se no principal órgão da difusão científica na Universidade, sendo uma fonte informativa insubstituível para a historiografia universitária portuguesa e europeia.
Consequentemente, o vastíssimo manancial de artigos e trabalhos científicos publicados n’O Instituto reportou-se à história e ao quotidiano da Universidade, das suas Faculdades e estabelecimentos anexos, entre estudos histórico-arqueológicos acerca de Coimbra e os seus arredores ao longo dos séculos, provavelmente a tendência historiográfica mais perceptível, ainda que abarcasse quase todos os domínios literários e científicos. Foram diversíssimos os assuntos historiográficos publicados, sendo de patentear a inclusão persistente de historiadores nos seus corpos redactoriais, pelo menos desde a 4.ª série, iniciada em 1925, tendência mantida até ao seu encerramento.
O Instituto dispôs de uma rede de distribuição que garantia a entrega das edições noutros pontos do País, assim como nas províncias ultramarinas, apenas com alguns dias ou semanas de atraso.