O conjunto dos tomos da revista, na sua primeira fase, reflecte as características do panorama historiográfico nacional coevo e do espaço dedicado à história eclesiástica nesse contexto, mas resultam, também, do seu enquadramento institucional débil e, em grande medida, exterior à academia.
Em primeiro lugar, o número restrito de colaboradores, vinte e sete ao todo, a esmagadora maioria clérigos, se bem que a iniciativa tivesse contado desde o início com o apoio de vários leigos, entre outros, Torquato de Sousa Soares, Eduardo Brazão, José da Silva Dias e Henrique Barrilaro Ruas. Depois, o esforço das comissões de redacção cujos membros contribuíram com mais de metade dos artigos publicados, destacando-se, por volume de produção, António Brásio, Mário Martins, Isaías da Rosa Pereira, Miguel de Oliveira e Avelino de Jesus da Costa; fora desse núcleo merece destaque a colaboração do jovem beneditino José Mattoso, o terceiro maior contribuinte, publicando e anotando a correspondência diplomática de Fr. Bento de Santa Gertrudes, João Pedro Ribeiro e Fr. Francisco de S. Luís. Em terceiro lugar, aquelas características, juntamente com o escasso volume da produção historiográfica e a sua escala, terão limitado a internacionalização da LS, notória na publicação de um único autor estrangeiro, Charles-Martial De Witte, não obstante a revista ter estabelecido permutas com um conjunto de publicações internacionais de relevo e permitido o contacto dos seus autores com a rede do CISH.
A estas características somam-se as permanentes dificuldades financeiras com que se debateram as comissões de redacção. Procuraram minimizá-las com o contributo monetário dos próprios membros, com o auxílio do Episcopado, tendo-se comprometido cada diocese a adquirir um conjunto de exemplares – o que produziu escassos resultados –, e os subsídios da Fundação Calouste Gulbenkian para os números de 1959 e 1960 e, posteriormente, do Instituto de Alta Cultura. No seu conjunto, as dotações obtidas eram insuficientes para amortizar a dívida e garantir de modo sustentável a publicação da Revista [Cf. LS, 1ª Série, X (1978)], valendo-se do apoio monetário pessoal dos Cardeais D. Manuel Gonçalves Cerejeira e D. António Ribeiro para o conseguir.