O esforço de rigor científico e «imparcialidade» [LS, 1ª Série, I (1956), p. 11] a que os promotores da LS se propuseram coexistiu com o ímpeto de valorização do papel da Igreja Católica no processo histórico da consolidação de Portugal, não isento de uma perspectiva apologética no quadro de um certo catolicismo nacional que marcava alguns dos mais relevantes promotores do projecto. Estas características reflectem-se na incidência dos artigos publicados, de forma quase exclusiva, nos períodos Medieval e Moderno, escasseando a abordagem da contemporaneidade, no que a LS não se afastava do panorama da historiografia portuguesa coeva. O conjunto da publicação reflecte o seu alinhamento com a matriz da história eclesiástica tradicional, com um enfoque prevalecente na abordagem institucional do fenómeno religioso, tanto nas estruturas (A. Antunes Borges – Provisão dos Bispados e Concílio Nacional no Reinado de D. João IV; António Brásio – Três Dioceses Pombalinas: Castelo Branco, Penafiel, Pinhel) como nas lideranças eclesiásticas (Manuel Maria Wermers – D. Fr. Baltasar Limpo no Concílio de Trento), ou pelo sublinhado do contributo nacional em acontecimentos eclesiais de maior relevo (Celestino Pires – Os Teólogos portugueses e a graça no Concílio de Trento), sempre dentro do contexto católico.
A 1ª Série seria encerrada em 1988, dez anos após a publicação do último número, não tendo sido conservados elementos suficientes para apurar com rigor o custo unitário de cada tomo e as respectivas tiragens.
A 2ª Série, encetada em 1989, marca uma viragem no enquadramento institucional da LS e uma alteração substancial da sua perspectiva historiográfica, notória na nova subtitulação: «Revista do Centro de Estudos de História Religiosa» (CEHR), reivindicando-se, embora, do percurso anteriormente realizado, continuidade explicitamente assumida e ilustrada com a publicação de artigos de dois dos mais relevantes colaboradores da 1ª Série, Avelino de Jesus da Costa e Isaías da Rosa Pereira [LS, 2ª Série, I (1989)].