No final de cada número da revista, surgem de modo evidente e destacado, num género de biblioteca que serviu de referência aos estudos e leituras integralistas, os seguintes nomes que se destacam no pensamento contra-revolucionário luso: Faustino José da Madre de Deus, José Agostinho de Macedo (Fernando Campos, “No Centenário da morte do Pe. José Agostinho de Macedo”, vol. VII, 1931-32) e Frei Fortunato de S. Boaventura (Fernando Campos, “D. Frei Fortunato de S. Boaventura, Mestre da Contra-Revolução I, II, III e (Conclusão)”, série V, 1928; n.º 2, 1928; n.º 3, 1928 e n.º 4, 1928). A existência de uma biblioteca de autores genuinamente portugueses contra-revolucionários, formulada através de uma autêntica genealogia que vai de Santo António de Lisboa até ao século XIX, de Alexandre Herculano, de Ramalho Ortigão (Alberto de Monsaraz, “Ramalho de Ortigão”, n.º 9, Outubro de 1915, António Sardinha, “A família de Ramalho”, n.º 11, 1926 e n.º 12, 1926), de Eça de Queiroz (Hipólito Raposo, “Pensamento político de Eça de Queiroz”, n.º 12, 1916) e de Oliveira Martins (João Ameal, “Escritores Nacionalistas”, série VI, 1931), prende-se com a reivindicação integralista em rebater a acusação republicana de que o Integralismo Lusitano seria uma mera importação intelectual francesa, ligada à Action Française de Charles Mauras.
No seu programa de revisionismo histórico, os integralistas reivindicaram as raízes portuguesas e uma originalidade própria, assente na recolha da tradição político-cultural do pensamento contra-revolucionário nacional do século XIX. Inspiraram-se e mencionaram os mestres contra-revolucionários e legitimistas portugueses, considerando-se na esteira do desengano de Almeida Garrett (Fernando Campos, “No Saguião do Liberalismo/ I O Desengano de Garrett”, série VI, 1931) e do lugar que este conferia ao carácter nacional de toda a cultura; da desilusão e da crítica a toda a centralização do poder em Alexandre Herculano (Hipólito Raposo, “A voz do profeta”, nº 2, 1914 e Fernando Campos, “No Saguião do Liberalismo/A desilusão de Herculano”, série VI, 1931); do inconformismo de Antero de Quental; dos fundamentos populares da monarquia segundo Teófilo Braga; da ironia de Eça de Queiroz (António Álvaro Dória, “A obra de Eça de Queiroz”, vol. VII, 1931-32); da sátira ao parlamentarismo liberal realizada por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão (Fernando Campos, “No Saguião do Liberalismo / A Penitência de Ramalho”, vol. VII, 1933 e João Ameal, “Ramalho Ortigão/Apóstolo da Saúde Portuguesa”, vol. X, 1936); do pessimismo e do nacionalismo de Oliveira Martins (Fernando Campos, “No Saguião do Liberalismo / IV O pessimismo de Oliveira Martins”, vol. VII, 1932); da importância politológica do Sebastianismo detectada por Sampaio Bruno e por Lúcio de Azevedo; e, da importância dos educadores portugueses por Ferreira Deusdado (Ferreira Deusdado, “O Espírito Mediévico e o Espírito Humanista”, n.º 1, 1926) e da contrição de Fialho de Almeida (“Fialho de Almeida ou as vitórias mutiladas”, vol. XI, 1938).