A ideia directriz conduziria, então, Portugal ao nacionalismo assente nos «dois elementos naturais, - Terra e Raça». Portanto, a renovação da nacionalidade seria condicionada pela devolução a Portugal da sua ideia directriz que passaria, também, pela renovação literária que contactaria de muito perto com a Terra e a Raça. A 6.ª edição intentava o questionamento do futuro numa época em que se verificavam «descobertas devassadoras» da ciência e o pensamento humano se encontrava numa autêntica encruzilhada, uma vez que era assolado pela dúvida, por um pretenso falso espiritualismo e pressentia-se um cataclismo espiritual (António da Silva Rego, “Nova Renascença?”, série VI, 1929).
Entre os principais temas e debates abordados, refiram-se: o regresso da tradição, a crítica do constitucionalismo e o elogio da monarquia orgânica por oposição ao republicanismo “cartista”, que remontaria ao período dos Enciclopedistas e da Revolução Francesa.
O retorno à tradição, dita contra-revolucionária e genuinamente lusa (João Ameal, “A Contra-Revolução Portuguesa”, série VI, 1931), constitui a base da reposição da monarquia orgânica e municipalista ou descentralizadora que respeitava a máxima integralista que o rei “governava, mas não administrava”. É através da tradição com a união dos interesses e das profissões assentes no corporativismo / organicismo, que todos estariam subordinados ao poder pátrio ou do nacionalismo integral e trabalhariam para a caracterização do bem comum, constituindo o ideal do Estado-Nação. Para os integralistas a tradição é a idealização do passado nacional sobretudo assente numa imaginária Idade Média e interrompida pelo surgimento do Iluminismo e depois das ideias liberais.
Na visão integralista, a tradição fundar-se-ia na monarquia orgânica e sem aquela, o Estado-Nação não seria de todo possível. «A tradição não é um momento único da vida dum povo, não é uma acção isolada; é a lembrança de momentos e acções sucessivas, realizadas em tempos diferentes, mas tendo entre si um veio eterno que as liga e lhes dá a unidade» (“Da renascença do tradicionalismo na arte e na política”, nº 12, 1916. Ainda sobre o conceito de tradição nos integralistas, ver Manuel Múrias, “Nacionalismo e Catolicismo/Conceito de tradição I, II”, IV, 1927 e n.º 10, 1927).