O Abade de Tagilde, Eduardo de Almeida e Mário Cardoso foram três dos principais colaboradores da Revista de Guimarães, mas também se destacaram Justino Mendes de Almeida, Jorge de Alarcão, Vítor Oliveira Jorge ou Octávio Lixa Felgueiras, entre outros. Evidenciaram-se igualmente muitos estrangeiros, sobretudo a partir da década de quarenta do século XX. Eram sobretudo espanhóis, procurando estabelecer uma plataforma peninsular que irmanasse o norte de Portugal e Espanha. Em estudos a realizar no futuro será interessante analisar a cooperação cultural e a identidade regional e transnacional patentes no periódico em consideração, ainda que se possa avançar a hipótese segundo a qual terá sido escassa ou quase inexistente a teorização explícita dessas matérias, ou a sua expressão sob a forma de manifestos e de afirmações inequívocas de natureza política. Pelo contrário, as referidas relações podem ser estudadas, consignando a promoção abundante da cultura castreja, ocorrida sobretudo durante o Estado Novo (mormente a partir dos anos 40 do século XX), e após o 25 de Abril de 1974, no primeiro caso conjugando a erudição e a crítica de fontes com uma perspectiva eventualmente patrimonialista, enquanto que no segundo se acentuou a especialização universitária, em detrimento de panegíricos, mesmo que discretos. São relevantes nomes como Alberto Balil, Firmin Bouza Brey ou Júlio Caro Baroja, entre muitos outros.
A Revista de Guimarães dividiu-se, ao longo do tempo, em várias secções: a de artigos, a da crónica de acontecimentos, a de natureza bibliográfica, contemplando ainda o Boletim da Sociedade Martins Sarmento, as conferências aí realizadas, os balancetes e os orçamentos. A Revista de Guimarães é uma publicação com interesse para a história no entender de José Maria Amado Mendes, que reserva a designação de periódico de especialidade, no que concerne aos finais do século XIX e primeiras décadas do século XX, para O Arquivo Histórico Português, A Revista de História e a Revista de Estudos Históricos (J. A. Mendes, Idem, p. 212). Todavia, a classificação da natureza do periódico vimaranense resulta extremamente complexa, configurando-se uma aproximação ao conspecto da imprensa de especialidade. Fontes primárias, como as da Colegiada ou os Estatutos dos Ofícios, marcaram presença nas páginas da Revista, cuja feição local e arqueológica foram as mais sublinhadas.