Na quarta década de existência o periódico de Guimarães publicou artigos apenas nos três anos finais (1921-1923), correspondentes a 12 números, logrando um total de 61 trabalhos. Na década de 1924-1933 publicaram-se 78 artigos. Entre 1934 e 1943, o número de artigos aumentou (82). Na década seguinte, o número de estudos novos continuou a crescer. Entre 1954 e 1963 reforçou-se amplamente a tendência de crescimento de artigos novos (167) e da Arqueologia enquanto área dominante de estudos. Na década seguinte diminui consideravelmente o número de artigos. Entre 1974 e 1983, o novo regime político iniciado a 25 de Abril daquele ano foi consolidando uma natureza democrática. Na década seguinte, consumou-se o processo de adesão de Portugal à CEE. Por outro lado, em 1990, ano do centésimo número da Revista de Guimarães, foi publicado um número especial, inteiramente dedicado a Martins Sarmento (Revista de Guimarães, 1990). Acresce que em 1992 foi dado à estampa um colóquio organizado pela agremiação vimaranense, dedicado na sua totalidade a dois pensadores contemporâneos Antero de Quental e Alberto Sampaio.
Entre 1994 e 2000, a arqueologia recuperou a sua preponderância na Revista de Guimarães. Os três últimos volumes publicados (117 a 119) correspondem aos anos de 2007, 2008 e 2009. Convém ressaltar as participações de Amado Mendes, António Amaro das Neves, Ramiro Pimenta ou Helena Pinto. Do ponto de vista historiográfico, a Revista de Guimarães demonstra uma ligação profunda à Sociedade Martins Sarmento. De facto, nas páginas do periódico, ao longo da sua existência, foram publicados textos do arqueólogo vimaranense, e um número especial que lhe foi dedicado em 1900, no ano seguinte ao da sua morte. O outro número especial e extraordinário foi dedicado, em 1940, à comemoração dos Centenários da Formação de Portugal e da Restauração da Independência.
Do ponto de vista das tendências historiográficas dominantes na Revista de Guimarães, convém ressaltar que, entre 1884 e 1910, grosso modo, a vocação erudita foi maioritária, oscilando entre o antiquarismo e a crítica de fontes. Na Ditadura Militar, e essencialmente no decurso do Estado Novo, o historicismo neo-metódico destacou-se. Após o 25 de Abril de 1974, acentuou-se um paradigma de racionalidade científica. Genericamente, no que concerne aos períodos históricos escolhidos nos artigos da publicação, apesar da ocorrência de oscilações, pode sublinhar-se alguma preponderância da pré-história ou dos tempos pré-clássicos, sem esquecer certos estudos sobre Guimarães na actualidade, destacando-se relativamente menos, em certas épocas, as temáticas medievais ou modernas, ainda que tenham tido relevância.