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No dia 3 de janeiro do ano 1816, em Baena, foi batizado um filho de José María de los Ríos e a sua esposa, María del Carmen Serrano, com o nome de Manuel José de los Ríos Serrano. A criança tinha nascido no primeiro dia do ano, numa casa da rua La Tela da mesma localidade. Tendo sido a escolha do nome uma imposição da sua avó materna e madrinha, apenas um ano mais tarde o pai fez com que Manuel José passasse a ser José Amador; e, três décadas depois, o próprio JAR transformou o seu segundo nome em apelido. As duas mudanças de nomes e a verdadeira data de nascimento de JAR só foram descobertas recentemente. De facto, o primeiro centenário do autor foi comemorado no ano 1918, porque na altura pensava-se que tinha nascido o 30 de abril – ou 1 de maio – de 1818; e é bastante frequente encontrar nas suas biografias que quando morreu, no dia 17 de fevereiro de 1878, ainda não tinha sessenta anos. Uma outra característica da maior parte das biografias é destacar o desempenho de JAR como historiador, crítico literário e arqueólogo, áreas em que certamente foi uma autoridade e nas quais desenvolveu trabalhos que ainda hoje são referências obrigatórias. Parece, porém, que na sua juventude JAR teve também uma forte inclinação pelas artes, e especialmente pela pintura e pela escrita de teatro e poesia, que sempre manteve. Embora a sua singularidade intelectual seja inegável, tendo em conta o volume das suas publicações, a diversidade das matérias tratadas nos seus estudos e a lista de cargos que ocupou ao longo duma vida relativamente curta, esta pluralidade de interesses complementares ajuda a compreender, dalguma maneira, as dimensões da sua obra. Os vinte primeiros anos de vida de JAR dividiram-se em três etapas: a primeira infância em Baena, o período 1827-1832 em Córdoba e a adolescência em Madrid. Se bem foram as tendências liberais do seu pai as que forçaram a saída da família de Baena, a sua profissão de escultor e a sua vinculação à corte do rei Fernando VII possibilitaram que JAR estudasse no prestigioso Colegio Imperial de San Isidro e na Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, que recebesse aulas do pintor José de Madrazo e que assistisse às lições de teatro de Alberto Lista no Ateneo. Nestes contextos germinaram as inquietações que marcariam a vida de JAR; i.e., as Artes, a Literatura e a História. A partir do ano 1837 residiu em Sevilha, onde pintou, escreveu poemas e peças de teatro, e fez traduções. Frequentou a Biblioteca Colombina, ingressou na Real Academia Sevillana de Buenas Letras e casou, em 1840, com María Juana Fernández de Villalta. No ano 1843, assistiu ao cerco da cidade pelo general Antonio van Halen, que depois relatou num discurso encomendado pela Junta de Gobierno. |
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