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COSTA, Avelino de Jesus da | |||||||||||||
Em co-autoria com Maria Alegria Marques iniciou aquela que seria uma das suas linhas de edições críticas mais exigentes, a dos bulários medievais. Infelizmente só foi publicado o de Inocêncio III (1198-1216) num total de 228 bulas e outros documentos, com índices de Marcelino Pereira. Como sublinha Maria Helena da Cruz Coelho levou a cabo, de 1959 a 1962, uma “obra insana” ao “percorrer os principais arquivos portugueses e os eclesiásticos de Astorga, Compostela, Lugo, Mondonhedo, Orense, Samora, Tui e o Archivio Segreto del Vaticano, a fim de inventariar os documentos pontifícios do século XIII referentes a Portugal” (Maria Helena da Cruz, “Doutor Cónego Avelino de Jesus da Costa. O Professor, o Mestre”,1990, p. 314). De indispensável consulta e metodologia exemplar, é o estudo excelente sobre os primórdios da chancelaria régia portuguesa La Chancellerie Royale portugaise jusqu’au milieu du XIIIème siècle, 1975, área que muitas das suas discípulas vieram a escolher para tema de conferências ou trabalhos de fôlego maior que acompanhou e orientou com sábia e rara dedicação. A este propósito, é forçoso referir que com Rui de Azevedo e Marcelino Pereira, publicou, em 1979, Documentos de D. Sancho I (1174-1211) enquanto no ano seguinte, ainda com o ilustre investigador Rui de Azevedo, dava um impulso, infelizmente sem continuidade, à edição de Documentos Medievais Portugueses – Documentos Particulares (1116-1123), sob a égide da Academia Portuguesa da História. E que dizer do altíssimo contributo prestado ao conhecimento da cultura eclesiástica do Reino de Portugal, na Idade Média, com a publicação e estudo de Inventários de Bibliotecas e Tesouros como os de Braga e de Coimbra, obras de consulta obrigatória para qualquer medievalista, ou da legislação diocesana como Constituições e Sínodos? A lida, por vezes fatigante, de editar documentos latinos e portugueses, avulsos ou em colectâneas medievais, está na convicção de que como escreveu o nosso biografado, em 1973: “Não basta, porém, haver documentos. É preciso que o investigador os possa utilizar com segurança para, baseado neles, escrever a História, cientificamente, em vez de a reconstituir por via de conjecturas”. Linha de força de pensamento intemporal que fortaleceu, acrescentando: “Mas o documento, à semelhança do diamante, tem de ser devidamente trabalhado, aliás pode ser inútil para o investigador, se lhe for inacessível ou ininteligível”. |
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