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Assim, apoiado num protagonista coevo dos factos, Cerejeira podia apontar, como causa central da decadência nacional, a ausência de uma «classe dirigente» capaz de guiar o país a um «regime económico mais próximo e mais ativo». Não abandonando a leitura decadentista, instrumental ao seu propósito de ação, visando revertê-la, ensaia a interrogação sobre a sua inevitabilidade: recusando o «fatalismo histórico», os pressupostos epistemológicos em que se baseia vedam à historiografia a resposta a essa questão, dado que a disciplina histórica «não cura de saber o que devia ser», cingindo-se ao «seu domínio próprio», ou seja, «o que foi» (Clenardo, p. 194). Sobretudo, permitia-lhe mostrar a insuficiência das teses que apontavam a influência religiosa como motivo central dessa decadência, sustentando que «em Portugal exagera-se facilmente [...] o papel da religião na grandeza política e na prosperidade material das nações». Embora a religião pudesse contar-se entre essas causas, ela não seria «sequer a mais importante». Ou seja, os propósitos, objetivos e incidências da religião e da política eram claramente distintos: aquela «visa directamente a ordem sobrenatural», o que permite valorizar a sua influência na grandeza política e material dos povos «só indirectamente» pela sua «acção moral» (Clenardo, p. 213). |
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