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Gago Coutinho sustentava que a edição pela Imprensa Nacional dos Lusíadas de José Maria Rodrigues e Afonso Lopes Vieira de 1928, continha uma carta geográfica que mais não era do que a cópia da carta do Roteiro de Vasco da Gama de Diogo Kopke que apontava, de forma errónea, que Camões tinha contornado África, passando junto da ilha de São Tomé. E que o camoniano descortinava da sua leitura a existência de duas derrotas entrelaçadas diferentes baseado em falsas interpretações sobre a linguagem náutica, como “passar”; “à vista”; ”dobrar”; ou “rodear”, pois desconhecia a navegação à vela. A extensa controvérsia que alimentou publicações levou Coutinho a acusar o investigador de fazer uso e má interpretação das fontes consultadas por Camões e de omissões e atenuações, aconselhando a leitura da edição inglesa de Ernest George Ravenstein, publicada em 1898 pela Hakluyt Society e com a colaboração do Almirante Markham. Reprova por completo a ideia da derrota dupla ou desdobramento da derrota, defendida por José Maria Rodrigues, afirmando que este ignorava os ventos e as marés. Segundo Coutinho a sua inabilidade náutica conduzira-o a fundamentos mais literários do que técnicos, e que não se podia “ tirar outra conclusão a não ser que Gama seguiu uma derrota em dupla curva” (O Roteiro da viagem de Vasco da Gama e a sua versão nos Lusíadas, 1930, pág. 41) mas que Rodrigues preferia atribuir a Camões a falsificação da rota “para dar mais variedade e animação às notícias sobre costas e ilhas africanas” repartindo as estâncias dos Lusíadas pelas suas duas rotas. A contenda estendeu-se desde 1929 a 1934 argumentando Gago Coutinho com princípios de ordem geográfica enquanto José Maria Rodrigues com argumentos de ordem literária. |
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