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Evaldo José Cabral de Mello nasceu em Recife (Pernambuco, Nordeste brasileiro), em 20 de janeiro de 1936. Diplomata aposentado, é o mais novo dos sete filhos do casamento entre Luiz Antônio Cabral de Mello (bacharel em Direito e membro da Associação de Imprensa de Pernambuco) e Carmen Carneiro Leão Cabral de Mello. Ele construiu trajetória de prestígio nacional e internacional como historiador especialmente ao pesquisar o chamado “Brasil holandês” e o processo de independência e de formação do império brasileiro, a partir de uma leitura da história regional (Zona da Mata nordestina). Tornou-se sócio emérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) desde 1987. Historiador sem formação universitária, obteve em 1992 o título de Notório Saber em História concedido pela Universidade de São Paulo (USP) e, em 2014, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL), assumindo em 2015 a cadeira de nº 34 desta instituição, sucedendo a João Ubaldo Ribeiro. A narrativa singular e inovadora, de contribuição original, em obras que orbitam entre história econômica, história social e das mentalidades foram destacadas na recomendação do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas para que a USP concedesse o título de Notório Saber em História, quando o historiador já contava com quatro livros publicados e possuía diversos artigos em periódicos. Este reconhecimento científico concedeu status de grau de doutor a Evaldo Cabral de Mello e possibilitou que ele ministrasse aulas em cursos de pós-graduação e compusesse bancas de avaliação de dissertações de mestrado e teses de doutorado na USP. No entanto, o historiador atuou apenas por curtíssimo período como professor visitante naquela universidade. Não desejou seguir carreira docente por não se sentir confortável em lecionar e por não ver interesse em assumir outras obrigações acadêmicas. Quanto à origem social, é descendente de grandes proprietários rurais pernambucanos, dos chamados “nobres da terra”, elite colonial que tanto permeia o conjunto da obra do historiador. Parte de seus familiares recebeu títulos honoríficos e cargos de governo no Império brasileiro. Evaldo Cabral de Mello cresceu ouvindo histórias sobre os engenhos de açúcar. Estas conversas eram carregadas de memórias sobre o nativismo pernambucano que teria sido forjado ao longo de diversos eventos em que Pernambuco foi palco, desde a ocupação e posterior expulsão dos holandeses (1630-1654) à Confederação do Equador (1824). E foi justamente o Nordeste açucareiro – com suas personagens de carne e osso envoltas em disputas e arranjos de poder político e econômico em torno das riquezas produzidas na Zona da Mata da então América Portuguesa dos séculos XVI ao XIX, concatenados ao complexo jogo geopolítico europeu – que passaria a ser o principal objeto de pesquisa do historiador Evaldo Cabral de Mello. |
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