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Em Washington, usufruiu dos acervos da Library of Congress. E em Nova Iorque, frequentou a New York Public Library e a Dag Hammarskjöld Library (da sede da ONU). Tais bibliotecas ofereceram fontes subsidiárias à escrita do primeiro livro da fase adulta do historiador: Olinda Restaurada – guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654, publicada em 1975. Para fazer esta obra, a nomeação do diplomata para funções na Europa foi imprescindível. Ao partir para a Delegação do Brasil em Genebra, em 1970, o mês que lhe fora concedido para a mudança de país foi utilizado para pesquisar fontes manuscritas em Lisboa (Arquivo Histórico Ultramarino, Biblioteca da Ajuda e a Biblioteca Nacional de Lisboa). Em 1973, ao retornar ao Brasil, pesquisou material de origem neerlandesa na coleção José Higino (do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano) e documentos relativos ao período holandês pertencentes ao acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Evaldo Cabral de Mello tinha 39 anos ao lançar Olinda restaurada. A obra publicada pela Editora da Universidade de São Paulo (Edusp/Forense) teve grande impacto historiográfico e conquistou não apenas notoriedade nacional, com o Prêmio Joaquim Nabuco de História, da Academia Brasileira de Letras – ABL, de 1976. Também no mesmo ano, o livro lhe rendeu reconhecimento acadêmico internacional, ao receber recensões críticas positivas de historiadores renomados como Stuart B. Schwartz e Charles R Boxer, publicadas respectivamente em Oxford University Press e em Duke University Press. Boxer, um britânico até então considerado o maior especialista sobre os holandeses na América portuguesa, havia inclusive sugerido ao final da década de 1960 uma moratória sobre os estudos relativos à temática, ao julgar que já haviam sido escritas obras valiosas suficientes em torno do período, segundo a resenha de Stuart Schwartz (1976). Olinda restaurada, aos olhos do brasilianista norte-americano Stuart Schwartz, seria o primeiro livro de um “sexteto pernambucano” relacionado ao período colonial (S. Schwartz, In L.M. Schwarcz, Leituras críticas..., 2008). Iriam compor esta coleção as obras Rubro veio - O imaginário da restauração pernambucana (1986); O nome e o sangue - Uma parábola genealógica no Pernambuco colonial (1989); A fronda dos mazombos - Nobres contra mascates. Pernambuco, 1666-1715 (de 1995, vencedora do Prêmio José Ermírio de Moraes, da Academia Brasileira de Letras no ano seguinte); O negócio do Brasil - Portugal, os Países Baixos e o Nordeste, 1640-1669 (1998); e A outra Independência - o federalismo pernambucano de 1817 a 1824 (2004). Parte do sexteto foi comparada com a trilogia sobre o Brasil colonial produzida por Charles Boxer no final dos anos 1960, tanto com relação ao recorte temporal, quanto à ênfase na temática da guerra contra os holandeses: “Da mesma forma que Evaldo, Boxer também tinha gosto pela narrativa e acreditava ser possível reconstruir o passado de maneira acurada. Por outro lado, interessava-se menos que seu colega pela criação de uma consciência histórica, ou imaginário, e na capacidade de tal consciência de influenciar eventos e ter implicações políticas” (Idem, p.15). |
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