Estudou em Coimbra, onde seu pai Doutor Ferrand Pimentel de Almeida foi professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade. Licenciado em Direito (1946) e em Ciências Histórico-Filosóficas curso que terminou em 1949, defendendo a dissertação de licenciatura em 1957.

Desde cedo se dedicou ao estudo dos séculos XVII e XVIII. E logo a partir de 1955 ao Sul do Brasil: nos primeiros escritos sobre o assunto analisou os testemunhos da eventual passagem de Vespúcio pelo Rio da Prata e a informação de Francisco Ribeiro sobre a Colónia do Sacramento (c. 1704). Que se tornará o eixo da sua pesquisa, embora sem qualquer exclusividade. O livro América la bien llamada (1947-1948), do argentino Roberto Levillier é passado a pente fino, para desmontar o sentido contrário à prioridade portuguesa na descoberta da costa Sul do Brasil conforme a intenção desse autor. São 45 páginas de argumentação cerrada, com finura e com muita elegância, ficando feita a demonstração da má vontade do autor para com todos os autores portugueses, querendo provar que a Vespúcio se deve a descoberta da costa brasileira na expedição de 1501-1502, até aos 52 ou 53º Sul, bem na costa da Patagónia! Quando provavelmente não foi além dos 26º. E sequer atingiu o Rio da Prata... Não tinha LFA o gosto (ou não se sentiria com ânimo) de polemista. Criticava, com serenidade, mas sempre com delicadeza, evitando palavras ou expressões contundentes. O outro artigo seminal de 1955 procura ao longo de 63 páginas dar um panorama em torno da fundação e dos primeiros anos (até 1704) da Colónia do Sacramento no Rio da Prata. Seria este o principal dos temas a que a rigorosa erudição de LFA se iria dedicar durante cerca de 50 anos. Tema a que voltou uma e outra vez, sempre aperfeiçoando o seu conhecimento da terra e da sua ocupação e das dificuldades que no seu entorno se ergueram. Que só terminaram com a desistência portuguesa de 1777.

Fixado em Lisboa e aproveitando os tempos livres de uma ocupação burocrática não muito exigente na direcção de uma Caixa de Previdência Social, LFA dedicou-se à pesquisa nos arquivos da capital (1950-1955). Sendo contemplado com uma bolsa para preparar a sua dissertação de licenciatura durante os anos de 1948 a 1957, foi reunindo uma imensidade de informação, oriunda da Torre do Tombo, da Biblioteca Nacional e sobretudo do Arquivo Histórico Ultramarino. Tendo sido o melhor aluno do Curso de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras de Lisboa, recebeu como prémio uma bolsa que lhe permitiu uma estadia de três meses no Rio de Janeiro, no Verão de 1953. Em especial aí trabalhou na Biblioteca Nacional e na Biblioteca do Itamaraty, recordando com gratidão a passagem pela mapoteca desta instituição, onde conheceu Jaime Cortesão, então ainda exilado.

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