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Só uma outra vez, e fugazmente, voltou ao Brasil, em 1959, para o 4º Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros realizado em Salvador da Bahia. Também por esses anos cinquenta investigou em Espanha, no Archivo General de Simancas e na Biblioteca Nacional de Madrid, assim como em Paris, na Bibliothèque Nationale e nos Archives du Ministère des Affaires Étrangères e dos Archives Nationales, acervos a que voltaria ao preparar a dissertação de doutoramento. Da recolha e tratamento de imensa documentação e exaustiva bibliografia consultada resultou o trabalho exemplar que lhe serviu de dissertação de licenciatura A diplomacia portuguesa e os limites meridionais do Brasil 1493-1700. Como logo foi visto, não se tratava de um trabalho inaugural de principiante, mas de um historiador de grande maturidade, merecendo de imediato ser publicado pela Faculdade de Letras como suplemento ao tom. VI da Revista Portuguesa de História (1957). Nessa dissertação o autor procura encadear os conhecimentos sobre as negociações que conduziram ao Tratado de Tordesilhas (com a definição do meridiano) e enquadrar nessa restrição diplomática o território brasileiro, cujos limites a Sul não podiam ser cientificamente definidos, pelo que incursões de conhecimento a partir sobretudo de São Paulo (as bandeiras) se enquadram nesse propósito. A realeza portuguesa procurava alargar o espaço brasileiro até ao Prata, enquanto a realeza castelhana se esforçava por impedir essa expansão. A instalação da Colónia do Sacramento, em 1680 vai precisamente nesse sentido de avanço para o Prata. Abrindo uma questão que se prolongará. Estava aberta a via para o contrabando, não só da prata peruana como de couros, e fazendas que do Brasil eram ilegalmente passadas para a população portenha. Era uma imposição da geografia, da história e da vontade dos habitantes. Lição de erudição de LFA, porém não erudição miúda e complicativa. Apura o que lhe parece indispensável, apresenta a sua solução – se é caso disso – e segue em frente, sem repisar nem procurar convencer o leitor com argumentos confirmativos da boa razão já exposta. |
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