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São contraditórias as indicações relativas ao local de nascimento de Fortunato de Almeida Pereira de Andrade. Moreira das Neves avançou com Folhadal, Coimbra, e Justino de Almeida com Folhadal, no município de Viseu. A referência mais comum, a que parece correta, indica Vilar Seco, Nelas, onde foi batizado e em cujo registo está omissa a referência do local de nascimento que ocorreu a 15 de Abril, tal como sucede com os assentos desse período lavrados pelo mesmo pároco. Tal parece apontar para a coincidência entre a paróquia de batismo e a de nascimento. O mesmo documento di-lo filho de Francisco Manuel de Almeida, suplente do Escrivão do Juízo Ordinário, e Felícia da Anunciação, proprietária. Seria, o que não foi possível confirmar noutras fontes, fruto do segundo casamento do seu pai, dada a referência que aí consta a Maria Miquelina, sua «meia-irmã» e madrinha de batismo. Os estudos secundários foram realizados no Seminário de Viseu. Abandonando a possibilidade de abraçar o estado eclesiástico, rumou à Universidade de Coimbra, onde se matriculou, no ano letivo de 1890-1891, na Faculdade de Direito. Aí teve como condiscípulos, entre outros, o poeta Fausto Guedes Teixeira e José Ferreira Marnoco e Sousa, que veio a destacar-se como jurista, além da atividade executiva que desempenhou no final da monarquia liberal. Nessa Faculdade coincidiu com António José Teixeira de Abreu, Quirino de Jesus e Afonso Costa, todos em fase mais adiantada do percurso académico. Concluiu o seu bacharelato em Direito no ano de 1896, com a classificação de «Bom com 11 valores». A essa formação juntava a preparação teológica – saber marcado, então, por forte pendor jurídico – que lhe tinha permitido o acesso ao latim e ao francês, em cujo idioma chegou a publicar. O percurso anteriormente realizado no seminário e o clima académico conimbricense ter-se-ão conjugado na definição das suas sensibilidades políticas e ideológicas, propiciando a definição de afinidades e divergências que se manifestaram desde os tempos de Coimbra; quer com elementos da sua Faculdade, quer com alguns dos que, na mesma altura, cursavam teologia, entre os quais se contavam Manuel dos Santos Farinha, Abúndio da Silva, Joaquim Mendes dos Remédios ou António Alves Ferreira, que viria ser bispo da diocese de Viseu. Foi com um estudante de teologia, também da diocese de Viseu, que empreendeu a iniciativa editorial em que se constituiu a Revista Contemporanea de questões religiosas, scientificas, philosophicas, históricas e sociais (1894-1896): Fortunato de Almeida surge como diretor, sendo o administrador, José Marques Rito e Cunha, eclesiástico aluno de teologia que, entre outros encargos, viria a ser cónego da sé de Viseu. Nesse periódico deu à estampa A Igreja Católica e a Escravatura. Conseguiu que Luciano Cordeiro colaborasse com essa revista, versando um dos seus temas recorrentes em A descoberta da América. |
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