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ALMEIDA, Fortunato de | |||||||||||||
Foi intensa a produção bibliográfica nos anos subsequentes à assunção de funções letivas e, maioritariamente, sua subsidiária, tanto nos âmbitos abordados quanto na forma que tomaram. De facto, desde 1896, pelo menos, ano da publicação de História antiga dos povos orientaes, veio a lume uma série de manuais da sua lavra. Aquela obra, que atingiu a 3.ª edição em 1904, insere-se num conjunto de produções de cunho didático, funcionais à sua atividade profissional, que revelam algumas das características que marcaram, também, o estilo da sua historiografia: a feição erudita, alicerçada num amplo conhecimento bibliográfico, a pormenorizada meticulosidade e o detalhe no apuramento dos factos serviam a clareza e robustez das sínteses. Constituem, por isso, um conjunto de características que o destaca, sobretudo, como autor de divulgação científica fiável, e que terá contribuído para o seu impacto, verificado, também, no variado número de edições que atingiram. Por isso, mais que pela originalidade interpretativa ou o levantamento de novas hipóteses analíticas. Tal coaduna-se com o escopo historiográfico que abraça, dando primazia ao apuramento dos factos, servido pelo suporte documental de natureza probatória, face ao qual o trabalho hermenêutico é secundarizado. Para lá da obra assinalada, elabora uma Historia antiga da Grecia e de Roma (desconhece-se a data da 1.ª edição, sendo que a 2.ª publicou-se em 1897, chegando à 6.ª em 1904) e uma Historia da Edade Média, Moderna e Contemporanea (1898, com 4.ª edição em 1905). O seu Curso de história de Portugal publicou-se pela primeira vez em 1899, alcançando a 10.ª edição em 1945. Ampla difusão tiveram, também, o Curso de história universal e o Curso de geografia física e política. Não se encontraram referências relativas às primeiras edições de ambos, sabendo-se, porém, que a primeira obra alcançou a 6ª edição em 1925. Quanto ao referido manual de geografia, teve a 2.ª edição em 1910, atingindo a 13.ª em 1927. O caso da sua História das instituições em Portugal (1900) é paradigmático do impacto que tiveram as suas publicações deste jaez, tal como da adequação aos moldes didáticos coevos: a 2.ª edição, datada de 1903, sai com a chancela de aprovação oficial para o curso dos liceus. A geografia, então disciplina geminada com a história, foi alvo de publicações de feição idêntica. Em 1902 editou Principios scientificos de geografia. Seguiram-se as Chronicas geographicas: estudos de actualidade (1905), obra que tem a particularidade de revelar as suas afinidades partidárias, situando-o próximo do Partido Regenerador e, no quadro político em que surge, apoiante da dissidência protagonizada por João Franco, a quem é dedicada. A Nomenclatura geográphica: subsídios para a restauração da toponymia em língua portuguêsa (1908, com 2.ª edição corrigida e aumentada em 1928), reforça a relevância assumida entre as suas preocupações intelectuais do que considerava ser a defesa da nacionalidade, tema recorrente na sua produção. O âmbito geográfico estaria presente, ainda, em Portugal e as Colónias Portuguesas (1918), cujo principal mérito residiria na bibliografia que carreou sobre a temática.. |
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