Foi reconhecido e concorrido professor e orientador de teses ao longo de mais de meio século, inclusive depois da aposentadoria compulsória aos setenta anos. Colaborou com a Revista de História da USP e nos primeiros anos da Associação Nacional de Professores Universitários de História (ANPUH), da qual foi um dos fundadores e na qual colaborou estreitamente com Eurípedes Simões de Paula, catedrático de História Antiga e Medieval.

Grande leitor e pesquisador tinha acentuado espírito crítico, o que talvez explique sua produção historiográfica, rica e estimulante embora relativamente pouco extensa. Seu primeiro trabalho foi a tese de doutorado O poder real em Portugal e as origens do absolutismo, defendida aos 31 anos. Cinco anos mais tarde foi a vez da tese de cátedra, Portugal na época da Restauração. Trabalhos posteriores, publicados em anais de congressos e em periódicos especializados, trataram tanto de questões metodológicas quanto de temas de História do Brasil.

As linhas de força de seu pensamento histórico compreendem reflexões sobre o conhecimento histórico, inclusive uso de conceitos e de fontes e interpretações sobre a história de Portugal e do Brasil, ou melhor, luso-brasileira, já que o interessavam os aspectos comuns à formação de ambas as sociedades e o desenvolvimento posterior da variante tropical.

A história em Eduardo d’Oliveira França era uma ciência do homem, buscando situá-lo em diferentes idades históricas, diz na apresentação de sua tese de cátedra. O pensamento histórico – e isso lhe dava uma dimensão psicológica diferente de outros campos científicos - fazia viver os fatos, o que ocorria porque o historiador trabalhava com insights, não se limitando a ser mero espectador. Mas os fatos só produziriam uma explicação convincente se considerados no quadro geral dos fenômenos políticos, econômicos e religiosos da época considerada. Essa preocupação contextual o fez desde sempre recusar as monocausalidades, entendendo o homem como um somatório de caracteres, sem exclusividades de recorte, “econômicos” (a história econômica estava em voga no segundo pós guerra, quando escreveu estas palavras), “políticos”, etc. Mais de vinte anos depois, em 1974, voltaria ao tema, defendendo a totalidade histórica, entendida como a história do conjunto das experiências de um povo, aí contempladas também as mentalidades.

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