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Tal pesquisa passa por uma consulta extensa de fontes e estudos portugueses. Se o historiador britânico, como ele próprio admite, tem por vezes dificuldade em compreender por inteiro a realidade oitocentista portuguesa, compensa tal “falta” com o recurso frequente a documentos oficiais (tanto quanto era permitido pelo regime do Estado Novo) dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Marinha portugueses, bem como aos escritos, oficiais ou não, de indivíduos do período em estudo, desde Mouzinho da Silveira a Ernesto de Vilhena, passando por Andrade Corvo, António Enes e muitos outros. Mais numerosas, contudo, são as referências a documentação do Foreign Office e do Colonial Office britânicos, elucidativos quanto à perspetiva inglesa dos acontecimentos, e a relatos de visitantes estrangeiros no Ultramar português. Quanto à historiografia, Hammond apoia-se nos trabalhos relativos à África portuguesa de Duffy e Boxer, além de obras a respeito de outras regiões africanas. Opõe-se por completo às teorias do imperialismo económico de Hobson e Lenine, apoiando-se mais em Thorstein Veblen. De entre os historiadores portugueses, é Oliveira Martins que lhe merece maior referência (ainda que ocasionalmente crítica), não deixando, porém, de citar autores mais recentes, como João Ameal ou Alexandre Lobato. Através da consulta rigorosa das fontes, o Autor afirma que pretende apreender e colocar-se na perspetiva do colonizador português do século XIX – tanto quanto é possível a um historiador inglês do século seguinte, reconhece. A posição que adota passa pela recusa de conceitos presentes que, a seu ver, não têm um significado histórico bem definido, como eurocentrismo e mesmo colonialismo. A sua autoproclamada “neutralidade” leva-o a demarcar-se quer da historiografia oficial apologética portuguesa (salazarista), quer de noções anticoloniais – convém lembrar que Hammond escreve num período em que as províncias ultramarinas já se encontravam em revolta aberta contra o poder colonial. Essa pretensa neutralidade nem sempre é evidente nas suas palavras. A perspetiva que analisa é assumidamente a do português metropolitano e, menos frequentemente, a do colono, nunca a do indígena africano, que diz ser impossível de apreender. |
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