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Outra grande preocupação do Autor, presente em todos os seus textos, é a de demonstrar as fraquezas da administração colonial portuguesa, os defeitos na sua política, as dificuldades na ocupação efetiva e povoamento do território (embora gradualmente ultrapassadas), a disparidade entre o disposto na lei e a realidade observada (em especial no caso da abolição da escravatura). A par dos desafios políticos, salienta os económicos. As descrições que faz das economias de Moçambique e Angola, não sendo embora completamente depreciativas, pintam um retrato pouco positivo. Aponta para a incapacidade de implementar uma exploração agrícola realmente lucrativa, para as receitas consistentemente modestas, para a ausência de investimento por capitalistas nacionais e para os vários – e notórios – fracassos de companhias concessionárias encarregadas de desenvolver setores produtivos nas duas possessões ultramarinas (entre outros fatores ainda), para argumentar que a posse de um império colonial não trouxe a Portugal quaisquer vantagens económicas apreciáveis. Daí concluir que o imperialismo luso não pode ter tido por motor principal a motivação económica, tantas vezes frustrada. Procura, pois, outra motivação para a contínua posse dos territórios e encontra-a no campo da ideologia, no orgulho nacional e na construção identitária. Observando o pensamento da elite política e intelectual portuguesa, o Autor encontra (salvo algumas exceções) uma crença convicta na necessidade de manter as colónias porque são parte integrante de Portugal, símbolos das glórias históricas e fator necessário para a manutenção da independência, não só como país, mas como civilização , na Europa do século XIX. Por esta razão, qualquer perda real ou imaginária de territórios imperiais é vista pelos portugueses da metrópole como inaceitável, independentemente do seu potencial económico. Também por essa razão, gastos insensatos são despendidos para manter e tentar desenvolver esses mesmos territórios. Nisto consiste a tese do imperialismo não-económico, que não só não é motivado pelos interesses do capital, como contraria esses interesses em prol de outros, político-ideológicos e identitários. O Império português é o exemplo acabado de tal teoria, mas Hammond sugere que ela se aplicará também às restantes potências coloniais europeias. |
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