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RODRIGUES, José Maria | |||||||||||||
São desse tempo publicações como “A Universidade Lisboa-Coimbra. Capítulo de uma Obra Allemã Traduzido e anotado” ou “Nota sobre o ensino do hebreu em Portugal na actualidade” (Congresso Pedagogico Hispano-Portuguez-Americano. Secção Portugueza, 1892). Compondo relatórios do trabalho levado a cabo ou reflectindo sobre o que julgava importante cumprir, JMR concede, amiúde, relevo à História. Vemo-lo lamentar, por contraste com “os paizes mais adeantados”, a ausência de eruditos portugueses nos arquivos do Vaticano, abertos à consulta desde 1880 (“Nota sobre a necessidade de nos Archivos do Vaticano se fazerem investigações concernentes á Historia de Portugal”, 1892). Além de um patriotismo porventura ferido e exacerbado pela crise de 1890 (“E nós os portugueses o que temos feito? Nada – triste é dizel-o.” – p. 9), argumentos concretos sustentam o seu discurso: “Entre as publicações subsidiadas pelo governo portuguez, ha principalmente duas, que ficarão incompletas, se não se fizerem pesquisas nos archivos do Vaticano. Refiro-me aos Portugaliae Monumenta historica e ao Corpo diplomatico portuguez.” (p. 10). Talvez por isso, e talvez porque não deixasse esquecer tal cuidado, JMR seria escolhido, em 1914, para explorar nos célebres arquivos, ao longo do ano lectivo de 1915-1916, documentação envolvendo as relações de Portugal com a Santa Sé. A Grande Guerra, porém, arruinou este projecto. Na viragem para o século XX, mais optimista se mostrava JMR quando o assunto era o ensino. Em “L’Instruction Secondaire en [sic] Portugal” (1900), escudado em autoridades francesas e alemãs, orgulhava-se de seguir “les principes de la pédagogie moderne” (p. 16), e sublinhava, em particular, acerca do programa e da metodologia em História: “L’enseignement de l’histoire doit être donné de façon à développer chez les élèves l’intelligence, l’imagination et la volonté morale, le sentiment artistique, le sens historique et l’amour de la patrie et de l’humanité.” (p. 14). Em 1903, numa conferência de “propaganda” proferida no Centro Regenerador Liberal (fundado por João Franco), insistia na ideia de que “da instrucção e da educação de um povo está essencialmente dependente a sua prosperidade material e a sua preponderancia política.” “Sem instrução e educação popular, não póde haver opinião publica, e sem opinião publica as instituições liberaes estão fatalmente condemnadas a não passarem de pura ficção.” – advertia, preconizando, como decisivo, “um sytema de ensino secundario intellectualmente completo, de facil accesso e moralmente vigoroso.” (“A educação e a instrucção nacional. […]”. Diario Illustrado. Regenerador-Liberal, 21-6-1903, f. 1). |
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