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Historiador, escritor, político, jornalista e professor, com uma forte ligação durante toda a vida ao campo monárquico e tradicionalista e ao Estado Novo, João Francisco de Barbosa Azevedo de Sande Aires de Campos, 2.º visconde e 3.º conde do Ameal nasceu em Coimbra, em fevereiro de 1902. A mesma cidade de onde eram originários os seus pais: João de Sande Magalhães Mexia Ayres de Campos, 2.º conde do Ameal – diplomata de carreira, que estivera destacado nos Países Baixos, e político com ligações primeiro ao Partido Regenerador e, depois, à Dissidência Progressista –, e Maria Benedita Falcão Barbosa de Azevedo e Bourbon. Desde tenra idade viverá em Lisboa, onde o seu pai integra o governo de Hintze Ribeiro de 1903 enquanto secretário do ministro dos Negócios Estrangeiros, Venceslau Lima – e de onde, em 1908, na sequência da sua participação na “Intentona do Elevador da Biblioteca” (tentativa abortada de golpe revolucionário para derrubar João Franco), será forçado a partir para o exílio, na Galiza. Seguindo a tradição familiar, licencia-se em Direito, em 1921, na Universidade de Lisboa. É nos anos académicos que João Ameal (título nobiliárquico da família que adopta como apelido) tomará contacto com o Integralismo Lusitano (IL), importante do ponto de vista da formação do seu ideário político – e também historiográfico –, mas com o qual manterá uma ligação polarizada: logo em 1923, abandona o movimento e funda, com Alfredo Pimenta, a Acção Realista Portuguesa, assumindo a direção do seu diário, a Ação Realista. Manterá, no entanto, a ligação a António Sardinha, cujo pensamento o continuará a influenciar ao longo da vida, e a quem escreve, em 1924, saudando-o como “meu ilustre Camarada, Mestre e o Animador mais fecundo da nossa Cruzada” (Carta de 26-10-1924, Espólio de A. Sardinha, Biblioteca da UCP). Regressa ao IL já após a morte daquele, no final da década de 1920, colaborando na revista Integralismo Lusitano – Estudos Portugueses durante dois anos (entre 1931 e 1933), para depois acompanhar Francisco Rolão Preto na experiência do Nacional-Sindicalismo. Também por ali a sua passagem será breve, integrando, com Manuel Múrias, a dissidência que estará na base da criação da Acção Escolar Vanguarda. Tornar-se-á um dos principais ideólogos do novo regime: é autor, por exemplo, do cartaz Decálogo do Estado Novo, de 1934, e, nesse mesmo ano, indicado por António Ferro para a secção portuguesa dos efémeros Comités para a Acção da Universidade de Roma. Assumirá ainda, nos anos seguintes, os cargos de secretário-geral adjunto da Liga de Acção Universal Corporativa (1935), de deputado à Assembleia Nacional (entre 1942-1953) e de procurador à Câmara Corporativa (entre 1957-1961). |
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