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AMEAL, João [João Francisco de Barbosa Azevedo de Sande Aires de Campos] | |||||||||||||
É também perceptível, em especial nos textos que escreve para a Nação Portuguesa e para a revista Integralismo Lusitano – Estudos Portugueses, uma certa perspetiva teleológica da História – um pouco à imagem do que sucede com outros intelectuais ligados ao IL: efetivamente, para Ameal, uma das funções do trabalho historiográfico nacional seria a de reintegrar “o homem português […] no legítimo conceito do seu valor universal […], visto na plenitude da sua missão ao longo dos tempos: – elo da cadeia que a trajetória da pátria forma desde o século XII” (No Limiar da Idade-Nova, 1934, p. 13). Esta ideia de necessidade de um recentramento da visão histórica em ordem a determinados valores será uma constante, e é perceptível, de forma sintomática, nas considerações que, em inícios de 1940, fará em relação à historiografia portuguesa que o antecede: Ameal elogia especialmente Fernão Lopes e Alexandre Herculano – de resto, algo comum a outros historiadores de campos diversos, como António José Saraiva, por exemplo. E fá-lo por, no seu entender, aqueles terem conseguido transmitir à posteridade “a vida dos seus tempos e não, como outros fizeram, somente um esqueleto de sucessos políticos e de nomes célebres”. A estes nomes juntará uma série de outros, dos séculos XVI a XVIII, como João de Barros, Jerónimo de Osório, Francisco de Andrade ou Frei Manuel do Cenáculo. Quanto ao século XIX, vê-o, na linha tradicionalista, como um período bivalente, segmentado entre aqueles que classifica enquanto historiadores “objetivos” (o visconde de Santarém, o já citado Herculano – embora não enquanto autor da História da Origem e Estabelecimento da Inquisição –, Rebelo da Silva, Gama Barros, Alberto Sampaio; e os “panfletários” de diferentes quadrantes (como Agostinho de Macedo ou Pinheiro Chagas e Latino Coelho). Muito crítico de Oliveira Martins, qualificou-o de “poeta ou visionário da História” (Porque escrevi…, p. 25). Será em certa historiografia de inícios do século XX que encontrará, finalmente, uma “reação” à polaridade de oitocentos: “Procede-se a um novo exame das fontes. À luz de um conceito do homem que não suporta as acanhadas balizas de um racionalíssimo divorciado do real, de um cientismo divorciado do humano, de um positivismo divorciado da metafísica (...)” (Perspectivas da História, 1960, p. 27). |
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