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Não significa isto que não reconhecesse a existência de uma poesia lírica popular anterior à manifestação trovadoresca, que nesta se poderia vislumbrar indirectamente através da conservação da versificação paralelística e de certos arcaísmos linguísticos. Mas Lapa refutou desde cedo o que Carolina Michaëlis chegou a chamar a “criação espontânea das chanecas e das serras pátrias” (apud Origens da poesia lírica…, 1930, 197), visão que influenciou uma linhagem de críticos conspícuos, desde Teófilo Braga a António José Saraiva. Vários capítulos da tese de doutoramento foram republicados na Miscelânea de Estudos de Língua e Literatura Portuguesa Medieval, volume onde a questão das origens da lírica galego-portuguesa continua a ter destaque. Como diz Lapa em artigo de 1955: “Nenhuma das teorias em presença o [ao lirismo trovadoresco] explica inteiramente; e cada uma delas de per si contribui para esclarecer algumas das suas particularidades”, acabando por propor que a arte trovadoresca tenha nascido de uma competição, depois colaboração, entre o elemento popular (ou folclórico) e o culto (ou eclesiástico) (Lições de literatura portuguesa, 1981, 50-51). |
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