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É sobretudo a partir das Lições que vale a pena reflectir sobre uma das questões mais constantes no pensamento sobre a história, a da periodologia. Vista como “o principal instrumento de inteligibilidade das mudanças significativas” (Le Goff, “História”, 1984, 178), a periodização tem sido um tema central na reflexão sobre uma história literária algo cristalizada por quatro procedimentos que Helena Buescu identifica: a classificação unívoca do autor e da sua obra; a distinção nítida entre períodos sucessivos; a homogeneização das características internas de um determinado período; a linearização do curso do tempo. Lapa não se mostrou insensível aos problemas colocados por esta visão e procurou várias vezes descrever e interrogar a natureza da mudança. É assim que a propósito do ciclo arturiano se diz que ele sucede “como um prazer mais fino” à epopeia carolíngia (Lições de literatura portuguesa, 239) ou que no final de Trezentos terá havido uma reanimação do espírito cavaleiresco influenciada pela presença inglesa na corte de Avis, dado a ter em conta para uma reflexão sobre a formação de Nuno Álvares Pereira e para a presença em Portugal da literatura cavaleiresca (Lições…, 1981, 272). |
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