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Relativamente ao seu escrito pioneiro de história das ideias económicas em Portugal (1976), para além de serem aí bem nítidos os sinais de influência da chamada Escola Histórica — importância do nosce te ipsum, necessidade do conhecimento em profundidade da realidade nacional como condição de uma actuação nesta — deve destacar-se o claro influxo do listianismo. Dentro desse espírito procedeu Laranjo à reabilitação dos autores mercantilistas e de vários outros cronologicamente mais próximos e com visíveis inclinações heréticas por comparação com o liberalismo oitocentista: sobretudo Solano Constâncio, explicitamente considerado um precursor português da “economia nacional” de List (Idem, p. 88). De facto, tentou por via de regra colocar os autores portugueses em paralelo com escolas de horizonte europeu, propondo mesmo nessa toada — e não no sentido da invenção de qualquer “escola portuguesa” ou afim, menos ainda de apologia de qualquer tipo de agrarismo — a ideia de uma fisiocracia portuguesa a respeito de alguns dos memorialistas de finais do século dezoito. Em concreto, e segundo Laranjo, pelas suas propostas Domingos Vandelli “revela-se fisiocrata” (idem, Ibidem: 43), mas sem que essa qualificação expresse qualquer simpatia, aliás bem pelo contrário. O estudo de história do pensamento económico que levou a cabo pode, em visão global, ser integrado no âmbito das preocupações simultaneamente historiográficas, industrialistas e “sociais”, isto é, mais ou menos aparentadas com a “escola histórica” e o “socialismo catedrático”, que foram características de um largo movimento de autores europeus deste período (As Ideias Económicas e Sociais de José Frederico Laranjo, pp. 488-527). |
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