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Além de demonstrar a falência dessa ideia maniqueísta, demonstra a sua erudição ampla face ao imaginário medieval e explora a busca pelo Homem psicológico através das pequenas falhas deste, presentes nessa panóplia de obras citadas (“É Perigoso Sintetizar…”, p. 59-64). Já em “Migrações de Tópicos e Ideias Literárias” debruça-se, um pouco mais levemente, sobre esse mesmo tópico. Argumenta que há uma adaptação, ao longo da Idade Média, de um mundo greco-romano, que nunca morre. Defende ainda que ao longo do período medieval há um conjunto de renascenças sucessivas, ofuscadas pela “Renascença” (“Migrações…”, 1984, pp. 535-40). Essa ideia pode ser vista como uma compreensão de uma constância estética e literária do Homem numa muito longa duração. De modo a atentar ao seu conceito operatório de relatividade literária, podemos observar o que diz numa passagem do primeiro volume da Introdução Histórica à Vidência da Vida e da Morte . Num capítulo em que aborda, citando, os “pleitos da alma e do corpo”, introduz com a beleza das suas palavras, muito subtilmente, a sua ideia de relatividade literária. Afirma que “uma obra pode não encontrar eco no público de certo nível cultural (…) e comover de verdade a gente simples” ( Introdução Histórica… vol. 1, 1969, p.164-65). Tal significa que o impacto e importância das obras literárias, tem que ser avaliado de maneira relativa. A conceptualização de que há um inter-relacionamento cultural e a ideia da compreensão espiraliforme dos fenómenos culturais estão, na nossa seleção, presentes no livro Peregrinações e Livros de Milagres da Nossa Idade Média, nos três volumes de Estudos da Cultura Medieval e no ensaio “Migrações de Tópicos e Ideias Literárias”. Em Peregrinações e Livros de Milagres está presente na medida em que defende que as peregrinações religiosas permitem a migração de tópicos literários e culturais, enriquecendo os pontos de partida, principalmente os de chegada e as rotas ( Peregrinações… , 1957, pp. 13-16). Já nos Estudos de Cultura Medieval, é a génese, organização e intuito da obra que pressupõe esse conceito. Como obra tripartida em que cada tomo de cada livro deve ser compreendido como um todo orgânico, os vários tomos estão então “entrelaçados entre si pelo tempo histórico e por assuntos cíclicos que vão e vêm”. |
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