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Miriam Halpern Pereira é uma historiadora portuguesa nascida em Carcavelos em 1937 no seio de uma família plurinacional com componentes culturais diversos na sua formação, a que o estudo da história forneceu um passado ainda mais plural e coletivo. O gosto pela história nasceu cedo, durante o 2.º ciclo do antigo liceu D. Filipa de Lencastre, com a Professora Maria Emília Cordeiro Ferreira e mais tarde com a Professora Maria Lucília Estanco Louro. Realizou os seus estudos secundários em Lisboa e ingressou depois na Faculdade de Letras desta cidade no curso de História e Filosofia, que concluiu em 1962. O ensino universitário, em geral, desiludiu-a pela sua orientação conservadora e desactualização científica. Ainda assim, preparou uma Tese de Licenciatura intitulada A Crise Económica de 1876, sob a orientação de Jorge Borges de Macedo. A tese nunca chegou, porém, a ser defendida visto a sua autora ter partido para Paris em 1962 acompanhando o seu marido, o jornalista Carlos Veiga Pereira, obrigado a exilar-se por motivos políticos. Aí se instalou e viveu durante dez anos, em circunstâncias difíceis sobretudo nos primeiros tempos. No entanto, esta saída de Portugal iria revelar-se uma experiência fundamental para o seu percurso enquanto historiadora. Em Paris frequentou a École Pratique des Hautes Études en Sciences Sociales, que lhe abriria horizontes académicos novos permitindo-lhe uma acelerada actualização científica tanto através dos professores e historiadores situados entre a escola dos Annales e o marxismo, que contactou enquanto estudante e a marcaram, como no acesso que pôde ter a boas bibliotecas e a arquivos bem organizados. Entre esses historiadores contavam-se figuras tão marcantes como Fernand Braudel, Ernest Labrousse, Albert Silbert (de quem continuaria muito próxima mesmo depois do regresso a Portugal) ou Pierre Vilar que viria a ser orientador da sua tese de doutoramento. O doutoramento seria concluído em 1969, sendo a tese defendida na Universidade de Paris I-Sorbonne, na Faculté de Letres et Sciences Humaines. Já doutorada, inicia a sua carreira como investigadora noInstituto Marc Bloch da mesma Universidade, ligado ao Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS)entre 1970 a 1973. Nesses anos lecciona também na Universidade de Vincennes. |
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