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Depois da sua jubilação e da sua elevação a Profesora Catedrática Emérita do ISCTE-IUL, continuou cientificamente muito activa publicando vários livros e artigos alguns dos quais ultrapassaram cronologicamente o século XIX, como trabalhos anteriores já indicavam, como foi o caso da obra A Primeira República. Na fronteira do liberalismo e da democracia (2016). Continuou a participar em encontros nacionais e internacionais, privilegiando as suas bem enraizadas relações com a Espanha Em 2018/19 abraçou ainda um novo e muito ambicioso projecto: o da comemoração do bicentenário da revolução de 1820, que coordenou com colegas de várias universidades portuguesas. Esta comemoração viria a cifrar-se num importante Congresso Internacional que contou com grande participação de historiadores de vários países, sublinhando assim a dimensão supranacional deste processo e integrando-o no vasto contexto das revoluções mediterrânicas e atlânticas daqueles anos. Pensado para se realizar em 2020, em consequência das restrições resultantes da pandemia de Covid 19 o Congresso realizar-se-ia em 2022. Uma selecção criteriosa de textos de algumas das comunicações ali apresentadas foi publicada em livro, no ano seguinte, com o título de A Revolução de 1820. Leituras e impactos. Professora no ISCTE durante várias décadas e orientadora de múltiplas teses de mestrado e doutoramento, várias gerações de estudantes puderam testemunhar o seu rigor e exigência e também o seu vasto conhecimento e larguesa de horizontes científicos. Estes últimos podem testemunhar também que nunca lhes foram impostos temas de uma agenda historiográfica prévia. Miriam Halpern Pereira mostrou-se sempre aberta a temáticas e perspectivas distintas das suas áreas de interesse desde que as propostas lhe parecessem significativas e coerentes. Não terá, por isso, criado uma “escola”, no sentido mais clássico do termo, marcada pela afinidade de temas e interpretações, mas sim por uma prática exigente, de permanente actualização científica, curiosidade e imaginação historiográfica. Nos cinquenta anos da publicação de Livre-câmbio e Desenvolvimento Económico: Portugal na segunda metade do século XIX, tido como um marco na historiografia portuguesa, a Biblioteca Nacional de Portugal assinalaria a data em 2021 consagrando-lhe uma exposição. Pelo seu percurso, foi distinguida em 2016 com a Medalha de Mérito Científico pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A 26 de Janeiro de 2023 foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique. Tem no prelo O Seculo do liberalismo, as suas obras escolhidas, a publicar em 2024 pela Fundação Calouste Gulbenkian. |
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