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Pouco tempo depois, em 1971, publica em Portugal, na Editora Cosmos, o livro Livre-Câmbio e desenvolvimento económico Portugal na segunda metade do século XIX, tradução da tese defendida em Paris. O livro ocupava-se do mundo rural e da economia agrária na perspectiva dos problemas do desenvolvimento económico e era claramente inovador, tanto quanto à problemática abordada, como quanto à metodologia utilizada na linha da então recente história económica e social francesa. Um livro com estas características só podia ter um grande impacto nos meios académicos portugueses que, ainda nos anos finais do Estado Novo, continuavam bastante fechados e pouco habituados à inovação. O facto de se ocupar da história de oitocentos, uma época tão esquecida e ignorada por aquele regime, pesou também na sua repercursão. Pelas várias disciplinas que integrava no seu campo de análise, a obra não se limitou a ser usada por historiadores, mas foi-o também por economistas, agrónomos e geógrafos, constando das bibliografias dos programas desses cursos universitários durante vários anos. À época, a publicação foi noticiada e comentada em revistas e jornais por historiadores e não historiadores, chegando a dar origem a debates mais aprofundados como o que teve lugar com o professor de Direito Vital Moreira nas páginas da revista Vértice. Em 1972 regressa a Portugal e, a convite do professor Adérito Sedas Nunes, começa a dar aulas no recém-criado ISCTE em 1973. Sedas Nunes convidara-a anteriormente para publicar um artigo na Análise Social, que foi o primeiro publicado no país e era o primeiro capítulo do seu livro. Já no ISCTE, rodeia-se de uma pequena equipa de docentes e investigadores, apostando na difusão do ensino da história naquele Instituto, ajudando a estendê-la como disciplina obrigatória às novas licenciaturas que iam sendo criadas para além das já existentes: Ciências do Trabalho (mais tarde Sociologia) Economia, Gestão de Empresa em que a história era já ensinada mostrando a dinâmica interdisciplinar de que o ISCTE procurou dotar-se desde a sua fundação. À época, a futura Licenciatura em História Moderna e Contemporânea ainda não fora criada. |
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