A Geração de 70 tendeu a atuar imbuída da missão de crítica política e social contra a estagnação e a tradição católica exercendo importante papel de crítica política e social no contexto de crise da monarquia portuguesa. Oliveira Lima partilhou tais inquietações e foi sensibilizado pelas questões da nacionalidade e identidade nacional. Neste universo de referências foram correntes a aproximação do idealismo, a abertura para o campo da afetividade, da vida psíquica. O avanço do republicanismo e das concepções socialistas marcaram os posicionamentos políticos contestadores do campo político monarquista e católico na época de sua juventude.

Sua formação específica em História pautou-se pela leitura dos historiadores alemães, destacadamente Ranke e Mommsen. Não obstante, considerava Oliveira Martins seu grande mestre, com quem conviveu desde os tempos de estudante. Posteriormente, como secretário de legação em Lisboa e correspondente do Jornal do Brasil, costumava frequentá-lo em busca de informações políticas. Deste historiador e sua História de Portugal veio-lhe a forte influência na concepção do ofício como conciliador entre ciência e arte. O estilo exerce importante papel nessa concepção historiográfica, exigindo do historiador correção, clareza, propriedade vocabular e disposição dos argumentos para assegurar à obra histórica categorias próprias da obra ficcional, isto é, coerência, verossimilhança, cadência, sugestão, sonoridade. A intuição seria a qualidade cognitiva do historiador necessária ao estabelecimento de relações causais e influências, em sua tarefa de reconstruir o passado como ressurreição. Os grupos sociais se fazem representar no teatro da história pelos heróis a serem trabalhados como personagens–sujeito, representativos de determinadas forças atuantes num dado momento histórico, para moldar os símbolos necessários à compreensão e memorização do passado. A abordagem psicológica dos heróis adotada por Oliveira Lima foi de inspiração fortemente calcada em Oliveira Martins e seu método de retrato. Associou a ação do acaso à abordagem psicológica para apresentar a trama da História como um teatro de grandes individualidades.

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