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MARQUES, António Henrique Rodrigo de Oliveira S. Pedro do Estoril, 1933 – Lisboa, 2007 |
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O perfil mais intimista e pessoal deste Homem e Cidadão pode conhecer-se na entrevista que concedeu a João Pedro Ferro, quando completou sessenta anos, e se condensa na obra A. H. de Oliveira Marques. O Homem e o Historiador. Dela emerge o Cidadão comprometido, o democrata, que, ainda no liceu, fez campanha por Norton de Matos, que esteve ao lado dos alunos na greve universitária de 62, que apoiou o General Ramalho Eanes em 1980, que defendia os valores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nela se recorta o vulto de um Homem, que era um coleccionador de selos e um “ajuntador” de outras coisas de interesse histórico, que se dizia um apaixonado pela música, que gostava de viajar, que era cultíssimo, de gostos urbanos refinados, e um cativante conversador. A abrangência e diversidade da vastíssima obra do Historiador, na precisão dos anos das publicações e tipologias de estudos, colhe-se nas Bibliografias sobre ele elaboradas (Maria F. Andrade e João A. Dias, Estudos de História…, 1982, pp. 39-97; Idem, Na Jubilação Universitária…, 2003, pp. 185-238; Manuela Rêgo, …50 anos de Historiador…, 2007, pp. 59-197). A alta valia deste Historiador foi reconhecida em Portugal e no estrangeiro. Em 1982, ao completarem-se 25 anos da sua carreira docente e da publicação do seu primeiro estudo histórico, os seus alunos promoveram uma cerimónia, que teve a presença do Presidente da República, em que lhe foram oferecidos dois volumes de Estudos de História de Portugal em sua Homenagem. Em 1998 o Presidente da República condecora-o com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Por ocasião da sua Jubilação, em acto solene na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi-lhe entregue um livro, em que alguns especialistas deixaram testemunhos e contributos de leitura e reflexão sobre a sua obra, agrupada por temáticas. E já após o seu desaparecimento, a Biblioteca Nacional de Portugal realizou uma exposição sobre a sua obra com a publicação do respectivo Catálogo. Por sua vez a cidade de Lisboa, a vila de Cascais e São Pedro do Estoril guardam dele memória e honram-no, inscrevendo perenemente o seu nome na toponímia urbana e na denominação de estabelecimentos de ensino. A tradução e edição dos seus livros no estrangeiro são a prova da sua nomeada internacional, vindo ainda, em 1997, a receber o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de la Trobe, Melbourne, na Austrália. E nos Estados Unidos a “Association for Spanish and Portuguese Historical Studies” criou um Prémio com o seu nome, atribuído anualmente ao melhor trabalho de história portuguesa. A. H. de Oliveira Marques marcou os historiadores do seu tempo, deste tempo e ainda do que há-de vir com o legado de uma historiografia científica de referência, sobretudo nas épocas medieval e contemporânea. Historiador que soube ser Mestre e criar discípulos, que soube liderar projectos e obras colectivas, estimulou muito jovens para a investigação e para a escrita da história, enlaçando gerações. Historiador que, pela oralidade e pela obra escrita, projectou o conhecimento da história de Portugal em vários países da Europa, da América e da Ásia, A. H. de Oliveira Marques inscreve o seu nome entre os grandes divulgadores da História e da Cultura portuguesas no mundo. |
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