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RIBEIRO, Orlando da Cunha | |||||||||||||
Este sucesso foi devido ao trabalho entusiasta de um pequeno grupo de jovens investigadores de diversas especialidades, em geral ainda não doutorados, reunidos no Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (CEG-UL). Tinham apenas o apoio, puramente simbólico, do famoso almirante Gago Coutinho e, no plano administrativo, a ajuda eficaz de Herculano Amorim Ferreira, um físico que acabava de criar o Serviço Meteorológico Português. Depois de cinco excursões terem percorrido e apresentado as diversas regiões do Continente, o Congresso realizou-se em Lisboa, de 8 a 15 de Abril, e foi prolongado por uma viagem à Madeira, reunindo alguns prestigiosos convidados e os jovens, cujo trabalho entusiasta tinha permitido fazer frente ao difícil desafio internacional. Mas, depois deste episódio festivo, surgiu uma fase difícil, quando se esgotou o financiamento conseguido para oCongresso. Nos anos seguintes, será apenas possível obter esporadicamente algumas verbas, para iniciar investigações nas longínquas e mal conhecidas terras do Ultramar. Em 1947, Orlando Ribeiro percorreu e descreveu a Guiné portuguesa, usando o argumento de um próximo Congresso pan-africano e, em 1951-52, realizou o estudo monográfico da Ilha do Fogo, com o pretexto da brutal erupção vulcânica que a atingiu. Será evocando a hostil situação política internacional, que conseguirá verbas para estudar Goa em 1955 e para percorrer Angola e Moçambique a partir de 1960. Tinha, com efeito, convencido alguns políticos influentes da necessidade de um conhecimento sério de territórios ainda praticamente ignorados no plano científico. Estas investigações pioneiras foram realizadas, quer por ele próprio, quer pelos seus primeiros discípulos, Raquel Soeiro de Brito, Mariano Feio e Francisco Tenreiro. A seguir a esta fase financeiramente difícil, condições melhores iam surgir de repente. Em 1959, o CEG-UL tinha obtido boas instalações na nova Cidade Universitária, mas será sobretudo a inesperada implantação em Portugal da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1960, e a decisão dos seus dirigentes de privilegiarem o financiamento de inovadoras linhas de actividade, tanto artísticas como científicas, que irão permitir que, durante vários anos, o CEG-UL organizasse estágios no estrangeiro para jovens geógrafos adquirirem ali novas e eficazes técnicas de estudo, e que se multiplicassem publicações de qualidade, entre as quais a longamente sonhada revista Finisterra. |
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