Portugal e sua história sempre estiveram no horizonte de preocupações de José Honório Rodrigues, embora suas posições políticas nacionalistas projetadas para sua prática historiográfica o levassem, invariavelmente, a priorizar o Brasil como foco de preocupações. Assim, não só pode-se destacar sua vasta obra sobre o que chamou de “historiografia colonial” (formada por autores portugueses que Rodrigues tenta julgar de acordo com graus maiores ou menores de adesão a sentimentos nacionais brasileiros que, à época, evidentemente não existiam), ou seus escritos sobre o processo de Independência que, evidentemente, deve ser sempre considerado como parte da história de Portugal.

Igualmente, vários escritos menores nos quais se volta para temas como a expansão ultramarina portuguesa, a formação do império, historiadores portugueses e temas portugueses contemporâneos. Exemplos disso são: “António Vieira, doutrinador do imperialismo português”, publicado na revista Verbum (Rio de Janeiro, 1958); “D. Henrique e a abertura da fronteira mundial”, na Revista Portuguesa de História n.9 (Coimbra, 1961); as resenhas de duas obras de Fréderic Mauro (Revista Brasileira de Estudos Políticos n.34, Belo Horizonte, julho de 1972), de duas de J. S. da Silva Dias (Revista de História 47/96, 1973), e de uma de Luís Reis Torgal (Revista de História 51/101, 1975); um necrológico da historiadora portuguesa Virgínia Rau (Revista de História 47/97, 1974); “A vitória da língua portuguesa no Brasil colonial” (História viva, 1985); e de um artigo publicado em revista brasileira não-acadêmica de grande circulação: “Holanda e Portugal. Um paralelo entre dois mundos” (Manchete, Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1970). Além disso, dentre os muitos encontros acadêmicos em que tomou parte, podem-se mencionar cinco edições do Colloquim Internacional de Estudos Luso-Brasileiro, realizadas em Washington (1950), São Paulo (1954), Lisboa (1957), Salvador (1959), e Cambridge & Nova York (1966).

Não deixa de haver um paradoxo no fato de que, como historiador do Brasil, José Honório Rodrigues sempre tenha estado, e desde o início de sua obra, atento a realidades históricas para além do Brasil, bem como que sua atuação profissional tenha se dado de modo tão intensamente internacionalizado.

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