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Pode dizer-se que J. S. da Silva Dias é um dos historiadores mais importantes do século XX, sobretudo ao nível universitário, num tempo em que a historiografia e o ensino da História passaram por situações pouco interessantes. Salientava-se um espartilho institucional por pressão do Estado Novo, mas também a persistência de uma historiografia factual e “narrativista” (normalmente classificada, de forma simplista e ambígua, de “positivista”) de tipo “académico”, que não procurava integrar os eventos históricos na complexa realidade económica, social, política e cultural, nem interpretá-los com o apoio dos novos conceitos provindos das ciências sociais. Afirmava-se também uma historiografia directa ou indirectamente ideológica, de “situação” ou de “oposição”, uma autocensura que afastava a história universitária de certas áreas (por exemplo, a história social, na sua perspectiva global) e de períodos mais actuais (desde o liberalismo aos estados autoritário/totalitários e às democracias modernas). Basta dizer que o estudante de História de uma Universidade portuguesa normalmente não aprendia história para além do século XVII, quando muito do século XVIII. Silva Dias rompeu com estas barreiras, ainda que com as dificuldades e as contradições inerentes a quem pretende mudar partindo do “sistema”. |
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