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Não se deve, porém, restringir a actividade de Silva Dias ao que escreveu, mas, como se disse, deve salientar-se também a acção significativa respeitante a orientação de teses, podendo dizer-se que é nesta área que sobressai o seu trabalho de historiador e professor de História Contemporânea, que foi um dos pontos relevantes que marcou o seu currículo. Se se quiser caracterizar de forma mais explícita as linhas de força da sua historiografia e da sua teoria da História, poder-se-á dizer que Silva Dias, virado sobretudo para a história das ideias, não se enquadra em nenhuma escola específica. O que se deve afirmar é que procurou abrir-se a todo o tipo de historiografia que procurasse ser ao mesmo tempo baseada em documentação, feita de rigor e interpretativa (com uma lógica de “problemática aberta”). Assim, num tempo marcado (por vezes como uma “moda”) pelo marxismo e pela influência da “escola francesa” dos Annales e da “História Nova”, apesar de nunca desprezar qualquer dessas linhas, não se deixou, no entanto, encandear por elas, manifestando, todavia, uma oposição enérgica contra as interpretações marxistas sistémicas, o que se evidencia na sua reflexão sobre o liberalismo, em que se opõe a leituras de historiadores que fizeram o seu percurso fora da Universidade (ou nela entraram já depois do 25 de Abril), onde era evidente — como sucedeu com Victor de Sá, Fernando Piteira Santos ou Armando de Castro — a força das concepções da escola de Marx. Acima de tudo, o que desejou é que os seus discípulos conhecessem criticamente a historiografia que se ia publicando — daí o desafio à leitura crítica das obras e a notável biblioteca que constituiu no Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra — e que fizessem uma história objectiva, independentemente das influências que pudessem manifestar. |
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