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Todavia, a sua tendência aproximava-se, à medida que o tempo passava, de uma ideologia laica de tipo socialista democrático e até de um certo cepticismo adequado às suas características temperamentais. Em qualquer contexto ideológico ou profissional, sempre se envolveu, pois, numa atitude (por vezes saudavelmente) polémica. Ela é evidente em muitos dos seus escritos da juventude e da maturidade, quer em periódicos, como no artigo “Toque de clarim” (in Acção. Semanário da Vida Portuguesa, Lisboa, 4 de Setembro de 1941), ou no livro Escândalo da Verdade (Leiria, 1943), ou na discussão sobre a Europa no final da guerra (O problema da Europa, Lisboa, 1945) com Abel Salazar, autor de um complexo livro intitulado A crise da Europa (Lisboa, 1945), ou nos debates sobre o ensino e a Universidade no tempo do marcelismo (neste caso com ligações a Miller Guerra, da “ala liberal”, que também, nos seus tempos de juventude, fora membro do CADC) e depois do 25 de Abril de 1974. No entanto, por vezes as polémicas tiveram também um carácter pessoal. Silva Dias manifestava um temperamento que oscilava entre uma atitude “catedrática”, que o levou a alguma crispação em relação a discípulos, pares e outros cientistas — como agora fica claro (talvez demasiado claro) nas (in)confidências de Rómulo de Carvalho publicadas postumamente (Memórias, Lisboa, 2010, pp. 245-257) — e uma posição aberta a novas perspectivas universitárias e científicas, que lhe granjeou uma grande consideração mesmo entre aqueles que nem sempre tiveram com ele relações isentas de atritos. |
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