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STEPHENS, Henry Morse | |||||||||||||
Como qualquer reino independente, Portugal experienciou uma fase de crescimento e consolidação, seguida de um período de apogeu e prosperidade, que, por sua vez, deu lugar a uma fase de declínio. Em seu entender, coube aos primeiros reis, até D. Afonso III, a tarefa de delimitar as fronteiras do território português, bem como a de estabilizar constitucionalmente o funcionamento do reino. O reinado de D. Dinis mereceu particular atenção por parte do historiador, que o considerou de grande importância, pois «it marks the development of the people into an independente nation» (The Story of Portugal, 1891, p. 85). Além disso, D. Dinis é considerado por Stephens o fundador da literatura portuguesa, o que não deixa de ser significativo, atendendo à importância que o historiador atribuiu às manifestações literárias como expressão do espírito nacional, sobretudo no período áureo das nações. Outro momento do percurso histórico português que revela algum interesse na sua análise é o reinado de D. Fernando, que, correspondendo a uma crise, é considerado um resultado natural de um longo período de paz e prosperidade. No seu ponto de vista, foi um momento de incompatibilidade entre o povo, que está já consciente da sua nacionalidade, e a Corte. À semelhança de outras reflexões sobre experiência portuguesa, como a de Oliveira Martins, o reinado de D. João I surge na análise de Stephens como ponto de partida para uma nova era na história de Portugal, em que «a new spirit appeared alike among the kings, and the merchants, and the soldiers, which was to culminate in the glories of the heroic age» (The Story of Portugal, 1891, pp. 115-116). Segundo o historiador, foi durante o século XV, com o Infante D. Henrique como grande obreiro das descobertas e com uma plêiade de estadistas, navegadores e cronistas, que Portugal se tornou a maior nação da Europa – ainda que tenha sido apenas no século XVI que viveu o seu período heroico. A descoberta do caminho marítimo para a Índia nos finais de Quatrocentos, a descoberta do Brasil na viragem para o século seguinte e a edificação de um império comercial e marítimo no Oriente são os acontecimentos que, para Stephens, foram decisivos na definição do período áureo da história de Portugal. Contudo, enquanto Portugal reclamava o seu espaço no concerto das nações, «the seeds of rapid decline» foram germinando. |
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