| A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | Estrangeiros | |||||||||||||
STEPHENS, Henry Morse | |||||||||||||
Embora Portugal tivesse restituído a sua independência face ao domínio de Espanha, não era já a nação que vivera as glórias dos séculos XV e XVI. Vivia agora num estado de estagnação, incapaz de feitos notáveis, sem figuras heroicas que elevassem o seu nome. A despeito de ter dedicado parte significativa dos seus estudos à história da Europa Moderna, centrando-se sobretudo na transição do século XVIII para o século XIX, Henry Morse Stephens pouco se ocupou do Portugal oitocentista nas suas reflexões sobre a experiência portuguesa. No entanto, duas palavras devem ser ditas acerca da sua análise. Como é sabido, as primeiras décadas do século XIX foram marcadas por enorme instabilidade, provocada não só pelos sucessivos conflitos que se verificaram em território português, mas também pela vulnerabilidade política que culminou na Guerra Civil (1832-1834). Apesar de Stephens ter colocado em evidencia todos estes aspectos, deu ênfase sobretudo àquele que considerava ser o mais notável traço de Portugal: «the singular tenacity with which the little country maintained its independence and its individuality» (The Story of Portugal, 1891, p. 409). No que respeita ao século XIX, é sabido que o historiador escocês encontrou nos historiadores da «nova escola histórica» o principal alicerce da coesão nacional, bem como a maior oposição à ideia iberista. Embora não haja notícia de que tenha estado alguma vez em Portugal, parece evidente que o historiador conhecia relativamente bem a mais recente historiografia sobre Portugal, tanto portuguesa como estrangeira. Alexandre Herculano é porventura o autor que Stephens mais destacou, considerando-o o fundador da «new school of modern historians» em território português, cujos pressupostos assentavam na investigação cuidada e na análise crítica da documentação. Além de Herculano, salientou também os trabalhos de Rebelo da Silva, Latino Coelho, Pinheiro Chagas, Luciano Cordeiro e Oliveira Martins. Este último, que poderá ter conhecido a obra aquando da sua estadia em Inglaterra (1892), é autor do prefácio à primeira edição portuguesa de The Story of Portugal (traduzida por J. T. da Silva Bastos), publicada em 1893. Nesse texto, em que reconhece o mérito da narrativa de Stephens e a sua utilidade para a vulgarização histórica, Oliveira Martins apresentou uma análise crítica de enorme utilidade. |
|||||||||||||